Missão do Paraná fecha na Venezuela negócios de US$ 115 milhões

Após cinco dias em missão governamental e empresarial à Venezuela, o governador Roberto Requião e a comitiva de empresários retornam ao Paraná neste sábado (19) com o anúncio de negócios iniciais de US$ 115 milhões fechados entre os 80 paranaenses e os venezuelanos. ?Esta foi a missão com o maior volume de negócios iniciais fechados já realizada pelo governo do Paraná?, disse Requião. ?Em 150 encontros nas rodadas de negócios, em apenas dois dias, quase superamos o total de todas as exportações paranaenses para a Venezuela em 2004, de US$ 121 milhões?, comparou.

Ao lado da missão empresarial, o governador também apresentou os resultados políticos do encontro que teve com o presidente Hugo Chávez. ?Ao todo 27 acordos de cooperação técnica foram estabelecidos para a oferta de políticas públicas do Paraná para a Venezuela. O pedido feito pelo presidente Hugo Chávez será atendido por nosso Estado e devemos também unir os demais Estados do Codesul (RS, SC e MS) neste processo de integração e desenvolvimento?.

Entre as principais ações dirigidas com a Venezuela, os destaques para programas públicos de saneamento, habitação, agronegócio, educação, cooperativismo, tecnologia e meio-ambiente, explicou Requião.

Portos – O governador também estabeleceu um regime especial entre os Portos de Paranaguá e do Puerto de Cabello, da Venezuela. Junto com o presidente Hugo Chávez, Requião ressaltou as potencialidades econômicas no setor marítimo nesta parceria. ?O Porto de Paranaguá passa a ter um regime preferencial de atracagem de navios da Venezuela e o Paraná poderá comprar toda a uréia produzida do país. Em troca, o Paraná se compromete a transportar ao país sul-americano apenas soja não-transgênica. A Venezuela não quer soja transgênica?.

Segundo o governador, a integração econômica efetiva entre os empresários paranaenses e venezuelanos passa ainda por investimentos comuns em infra-estrutura. ?Ficou claro que precisamos de um melhor sistema de logística para apresentarmos um preço mais competitivo aos empresários da Venezuela . Temos o intuito de garantir oportunidades de negócios para os dois lados e acreditamos inclusive na abertura e instalação de empresas do Paraná na Venezuela e vice-versa?, avaliou.

Nas áreas de indústria e comércio, o Paraná vai transferir tecnologia visando o aumento da competitividade das cadeias produtivas da Venezuela. ?Vamos gerar o desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), do empreendedorismo regional e desenvolvimento de aliança internacionais e para o Mercosul?, disse o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho.

Nova missão – Em dois encontros com o governador, o presidente Chávez aproveitou a missão paranaense ao país para anunciar que aceitou o convite de Requião para visitar o Paraná no primeiro trimestre de 2006. Foi acertada também uma missão da Venezuela ao Paraná para o próximo ano.

De acordo com o coordenador de Assuntos Internacionais e do Mercosul, Santiago Gallo, a Venezuela passa agora a fortalecer o chamado eixo da Aliança Bolivariana (Alba) que une os países do Brasil, Venezuela e Argentina, com ações voltadas em contra-ponto com a Alca. ?Como disse Requião, a Venezuela não é um mercado, mas um país solidário, fraterno e complementar?, afirmou.

A partir desta missão, acrescentou Gallo, a Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul passa a liderar um grupo de trabalho conhecido como ?comitê de pilotagem?, que irá atuar junto com as entidades privadas e públicas na implementação das ações assinadas na Venezuela.

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