Missão do FMI passa quase incógnita pelo Brasil

Satisfeito com o desempenho da economia brasileira, o representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior, disse que a taxa de câmbio ainda é um ponto que destoa do quadro geral positivo. "O câmbio está muito valorizado", disse.

Batista está no Brasil acompanhando uma missão técnica do FMI, que ontem esteve com os diretores e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. À tarde, o grupo se reuniu com técnicos da Receita Federal do Brasil. Nesta quinta, deverá encontrar-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Embora tenha avaliado que o câmbio é um "ponto fora da curva", Batista Nogueira evitou detalhar a sua opinião, que, segundo ele está expressa em artigo que escreveu na semana passada no jornal Folha de S. Paulo. "O que eu tinha a dizer sobre câmbio está em artigo publicado na semana passada", disse. No artigo ao qual se referiu, o economista faz uma análise da valorização do real, sugere uma queda mais acelerada das taxas de juros e lança uma proposta polêmica: adotar controles que desestimulem o ingresso de capitais externos especulativos ou de curto prazo.

O debate vai se deslocar hoje para a audiência pública de um conjunto de comissões da Câmara e do Senado com o presidente do BC, Henrique Meirelles. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) prevê que, semestralmente, o presidente do BC deve comparecer ao Congresso para prestar contas das atividades da instituição.

Quase incógnita

A missão de técnicos do FMI está no Brasil desde a semana passada, quase incógnita. Já passou por São Paulo e Rio, visitando empresas e entidades do setor produtivo. Ontem, quando o grupo chegou ao Banco Central, não havia câmeras de TV nem dezenas de repórteres, como era hábito na época em que o País era o maior devedor do Fundo.

O interesse diminuiu muito desde que a dívida brasileira com o organismo foi quitada, em dezembro de 2005. Agora, o FMI só vem ao Brasil para coletar dados, a exemplo do que faz com todos os países sócios. É um cenário muito diferente do que se via nos tempos de crise financeira. Em 1999, no auge da turbulência que levou o Brasil a adotar o câmbio flutuante, dezenas de repórteres brasileiros e estrangeiros se amontoaram na portaria do Ministério da Fazenda.

Agora, a tensão com as visitas do FMI é nula. Ontem, o representante do Brasil no organismo, Paulo Nogueira Batista Júnior, torcedor do Fluminense do Rio, se deu até ao luxo de falar de futebol.

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