Os ministros da Cultura, Gilberto Gil, e dos Esportes, Orlando Silva Júnior, vão propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que empresas possam investir até 8% do Imposto de Renda devido em projetos culturais e de esporte, o dobro da alíquota permitida hoje. O aumento no teto de renúncia fiscal para as empresas seria a saída para a polêmica provocada pela Lei do Esporte, que prevê incentivos para o setor utilizando-se da mesma fonte que beneficia projetos culturais.
O projeto de lei, que deve ser votado esta semana no Senado, mobilizou a classe artística, que teme perder patrocínio. Hoje, atores como Tônia Carrero, Natália Thimberg, Ney Latorraca, Fernanda Montenegro e o produtor teatral Eduardo Barata reúnem-se para um café da manhã com os senadores para pedir o adiamento da votação a fim de que o tema seja mais bem discutido.
Os dois ministros estiveram reunidos com artistas e representantes dos esportes por cerca de três horas ontem no Rio. Silva Júnior disse que não pretende abrir mão da lei que prevê incentivo fiscal para as empresas investirem no esporte nem modificar o texto da lei que tramita no Senado. "Não apostaremos em contradição entre esporte e cultura. Ambos servem ao desenvolvimento do Brasil. O foco de ajuste deve ser a Lei 9.532/97", afirmou, referindo-se à lei que estabelece o teto para renúncia fiscal das empresas.