Ministros decidem iniciar Fome Zero com até cinco ações

Em meio às críticas sobre a condução política da principal ação social do governo, o Fome Zero, ministros e entidades civis se reuniram hoje no Palácio do Planalto e definiram que o programa será iniciado com apenas três a cinco ações emergenciais.

No total, está previsto um universo de 41 políticas sociais. O Fome Zero será lançado no dia 30 e terá, num primeiro momento, foco especial à distribuição de alimentos e a ações específicas em regiões atingidas pela seca e locais específicos, como acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Fazem parte dessas ações o lançamento do cartão-alimentação, pelo qual as famílias carentes poderão receber os R$ 50 para a compra de comida. O governo assinou hoje um protocolo com a Confederação Nacional de Municípios e com a Frente Nacional de Prefeitos para a entrega dos alimentos às famílias. Mas o Planalto já se arma para se defender do eventual uso político por parte dos prefeitos na distribuição dos alimentos.

Hoje, por meio de seu porta-voz, André Singer, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que conta com a mobilização da sociedade para a fiscalização da participação dos prefeitos no Fome Zero. “Eu creio que há motivos para confiar que esse sistema funcionará”, afirmou Singer.

Alvo de críticas, o ministro extraordinário da Segurança Alimentar, José Graziano, participou da reunião, que contou com as presenças da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, de várias entidades, e dos ministros Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica), Luiz Dulci (Secretaria-geral da Presidência) e do assessor especial Frei Betto.

O envolvimento de Zilda Arns no encontro preparatório para o lançamento do Fome Zero foi mais um sinal dado pelo Planalto para pôr fim às críticas contra a falta de articulação para a estruturação do programa. Graziano vem sendo criticado, até mesmo por petistas, por não estar fazendo uma boa articulação política para a definição das linhas gerais do Fome Zero.

No dia 30, o presidente também vai divulgar os nomes dos integrantes do Conselho de Segurança Alimentar, que poderá ser presidido pelo bispo de Duque de Caxias (RJ), dom Mauro Morelli. Ele também fez críticas a Graziano e o acusou de ter vetado o seu nome para integrar o conselho.

Cotado para ser ministro, dom Mauro já presidiu o conselho no governo do presidente Itamar Franco.

Como parte de um projeto piloto, o governo vai lançar nos dias 3 e 4 o cartão-alimentação nas cidades Guaribas e Acauã  no Piauí. Dentro das ações prioritárias, o governo dará atenção especial à região do semi-árido brasileiro, a regiões indígenas, e a acampamentos rurais.

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