Ministro Thomaz Bastos diz que Lembo não aceitou remover Marcola

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), recusou oferta do ministério para remover do Estado o detento Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo o ministro, as "forças de segurança" paulistas não acharam conveniente a remoção, que repetiria a estratégia que retirou do Rio o traficante Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, em meio a crise semelhante.

"Olha, eu ofereci (a remoção) ao governador e às forças de segurança, eles não acharam conveniente no momento, mas estamos inaugurando um presídio federal dia 18 ou 20 de junho", afirmou Bastos, que participou do 18º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio.

O ministro afirmou que o presídio, no Paraná, será o primeiro dos cinco cárceres federais a serem inaugurados até o início de 2007. Todos serão destinados a criminosos perigosos que devem ser separados das quadrilhas. Ele contou que antes da crise já estava acertada a transferência para novas prisões de 50 condenados de São Paulo e 40 do Rio. "É uma prisão de segurança máxima, onde não entra celular, onde tem os mais modernos aparelhos de raios X. Com a rede de presídios federais funcionando, vamos ter possibilidade de girar com essas pessoas, e ajudar na desarticulação dessas quadrilhas."

Bastos disse não saber se Marcola irá para a nova prisão. "O que eu sei é que estará à disposição do governador, e eu sei que o nosso Departamento Penitenciário já tem conversado com o secretário Nagashi Furukawa, assim como com o secretário de Administração Penitenciária do Rio e de outros Estados." O ministro, na palestra, defendeu a ação do governo federal na área de segurança, destacando a criação da Força Nacional de Segurança Pública e a atuação da Polícia Federal, que, afirmou, fez quase 300 operações "sem matar ninguém, sem disparar um tiro". O ministro afirmou que as tropas federais continuam à disposição de São Paulo. Ele condenou a politização do debate sobre segurança.

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