O ministro da Educação, Tarso Genro, chegou há pouco ao hotel Braston, no centro de São Paulo, onde o Diretório Nacional do PT se reúne hoje e amanhã para decidir as mudanças na direção do partido. Genro sugeriu que o PT faça uma "reformulação total da Executiva" como forma de "reconquistar a confiança da população e criar um perfil novo do partido depois da série de problemas que está nos acometendo e é gravíssima".
"Se essa reunião for pífia, se tomar meias medidas, se colocar panos quentes, nós fatalmente vamos entrar em uma crise mais profunda", disse o ministro. Ele não quis, entretanto, defender posição de saída do atual presidente do partido, José Genoino. "Ele (Genoino) tem de analisar com prudência sua manutenção ou não. Ele é uma pessoa que tem nossa confiança, mas a minha opinião é que a renovação seja completa para refortalecer o partido e dar sustentabilidade e recuperar estrategicamente o governo", disse Tarso.
Sobre a prisão do assessor do irmão de Genoino, José Adalberto Vieira da Silva, ontem, no aeroporto de Congonhas, com R$ 209 mil e US$ 100 mil em espécie, Tarso Genro disse que está surpreso e perplexo, mas não sabia qual poderia ser a origem dos recursos nem mesmo as motivações que levaram o assessor a tentar transportar os recursos sem informar a Receita Federal. "Não temos a mínima idéia da origem dessa prisão, do fato em si, que pode ser provocação ou pode ser um problema criminal de natureza bastante grave", afirmou o ministro, ao acrescentar que esse tema também seria debatido no encontro de hoje.
