Ministro quer baixar preço da assinatura básica de telefone fixo

Brasília (AE) – A assinatura básica do telefone fixo poderia ser 15% mais barata, disse hoje (20) o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Para isso, bastaria as empresas retirarem os 400 minutos de ligação local que estão embutidos no preço e que o consumidor ganha como franquia quando paga a assinatura. No entanto, nem todos os consumidores utilizam esses minutos. A assinatura custa hoje cerca de R$ 40.

Esse desconto, na opinião do ministro, seria o primeiro passo para reduzir os valores cobrados mensalmente nas contas de telefone. Costa se reunirá sexta-feira com os presidentes das principais operadoras de telefonia fixa do País para discutir o assunto. "Se houver boa vontade das empresas, podemos rever a questão dos pulsos", disse. "Acho que (o desconto) pode ser 15%, no mínimo. Seria o primeiro passo", disse o ministro. Ele pretende fixar um prazo para acabar com a assinatura básica.

"O que não pode é cobrar R$ 40 reais por um telefone que fica parado em casa", disse o ministro, referindo-se aos clientes que não utilizam toda a franquia. Ele acredita que as empresas já estão preparadas para assumir essa redução. "Se elas não estivessem maduras, não estariam investindo bilhões e bilhões de reais." O ministro não concorda com o argumento das empresas de que uma solução para baixar o preço da conta de telefone seria a redução da carga tributária. "Se eles falarem em carga tributária, quero que me mostrem os lucros. Se não estiverem no vermelho, me recuso a falar de tributos". Mesmo assim, ele admite a hipótese de conversar com os governadores, já que os Estados recolhem ICMS sobre os serviços de telefonia. "Não vejo isso como uma coisa que não pode ser corrigida."

A análise da carga tributária, na sua opinião, tem de vir associada ao impacto social que ela provoca. "Não estamos falando de algo supérfluo." Ele voltou a citar o exemplo do celular, que era muito caro no início e hoje tem maior penetração nas camadas de baixa renda do que a telefonia fixa. "É a lógica da economia de mercado: sempre que baixa o preço, aumenta o consumo."

Costa também discorda da idéia, cogitada por algumas empresas, de oferecer um serviço com menos recursos para baixar a tarifa da assinatura. "Não pode ser solução um telefone que fale só para A ou B. Se não fala para celular não é telefone."

Ele disse que pretende usar os estudos feitos no Distrito Federal, que aprovou uma lei que acaba com a cobrança da assinatura, para fundamentar uma proposta que tenha validade em todo o País. "Antes que cada Estado faça uma lei, estamos endereçando o problema para uma solução nacional."

Costa pretende ainda criar regras para a instalação de antenas de telefonia celular em áreas urbanas. Ele disse vai manter em tramitação no Senado projeto de sua autoria sobre o assunto. Costa informou que receberá na próxima semana um estudo desenvolvido pela Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CPqD) sobre os impactos dessas antenas nos seres humanos. "Está havendo uma invasão dos tetos dos prédios. Tem que, no mínimo, estabelecer um critério técnico", defendeu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo