O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, cobrou hoje (14) dos técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária uma resposta definitiva em relação à suspeita de focos de febre aftosa no Paraná. "Eu não agüento mais essa conversa", desabafou. "Vocês me dão uma resposta rapidamente porque eu preciso decidir isso", disse Rodrigues. "Não posso mais arrastar essa conversa por mais uma semana."

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Há quase um mês, no dia 20 de outubro, a Secretaria de Agricultura do Paraná notificou ao ministério a suspeita de focos da doença no Estado. Os animais com sintomas haviam tido contato com rebanhos de Mato Grosso do Sul, onde já foram confirmados 22 casos da doença. Porém, os exames de laboratório deram resultado negativo para a aftosa. "É uma situação complicada", reconheceu o ministro. "Não podemos declarar um foco quando todos os exames dão negativos." O ministro espera ter, até o final de semana, os resultados definitivos em relação ao Paraná. "Todas as indicações laboratoriais são muito duras, firmes. Não tem aftosa no Paraná."

Por causa da suspeita, 36 municípios paranaenses foram considerados áreas de risco sanitário, o que os impede de vender carne e subprodutos. Sem poder vender, os pecuaristas de leite desses municípios tiveram de jogar o produto nos pastos. Estão sendo investigados possíveis casos em Amaporã, Loanda, Grandes Rios e Maringá.

Sem saber ao certo se há ou não aftosa no Paraná, é difícil para o Brasil iniciar as negociações para reabertura dos 49 mercados que barraram, de forma integral ou parcial, as compras de carne do Brasil. "Tudo mais fica pendurado a essa questão", afirmou. Três técnicos da Secretaria de Relações Internacionais do ministério foram autorizados a visitar a Argélia e a África do Sul para tentar por fim ao embargo imposto por esses países. Eles ficarão no exterior até dia 23.

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Durante reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), na semana passada, em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), os ministros do chamado Mercosul Ampliado também perguntaram ao ministro sobre a situação do Paraná. "Eles perguntaram muito sobre o Paraná. Eles queriam informações", disse. Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai integram o grupo. "Foram muitas perguntas em relação ao Paraná. Eles queriam saber por que se diz que era o que não era foco de aftosa", disse Rodrigues.