Ministro israelense admite que subestimou Hezbollah

Com suas credenciais já em xeque antes da invasão do Líbano, o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, admitiu que o Exército de seu país subestimava o potencial bélico do grupo guerrilheiro pró-iraniano Hezbollah quando ele assumiu o cargo, revelou o jornal israelense Haaretz em sua edição de hoje.

Em meio ao aumento das críticas à condução da guerra israelense contra o Hezbollah no Líbano, o Haaretz citou Peretz dizendo que o alto escalão do Exército não possuía informações relevantes atualizadas sobre o arsenal do Hezbollah quando ele assumiu a pasta, em maio.

Em 34 dias de hostilidades, calcula-se que o Hezbollah tenha disparado cerca de 4.000 foguetes contra alvos israelenses, inclusive diversos projéteis de médio alcance que alcançaram cidades importantes como Haifa, a terceira maior do país. Uma trégua determinada pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) paralisou o conflito na segunda-feira.

Ao todo, 147 israelenses morreram em ações do Hezbollah, sendo 118 soldados e 39 civis. Os principais alvos de ataque foram batalhões de tanque. Oficiais revelaram que o comando do Exército decidiu no início do ano, por questões orçamentárias, suspender o desenvolvimento de sistemas avançados que protegeriam os tanques de mísseis.

Depois de mísseis antitanque do Hezbollah terem matado dezenas de soldados israelenses, o Ministério da Defesa e o Exército decidiram desenvolver e instalar os sistemas, disseram as fontes militares.

Peretz, líder do pacifista Partido Trabalhista, atraiu mais críticas que o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o comandante do Estado-Maior, general Dan Halutz. Dos três, Peretz é o que mais desagrada à opinião pública, revelou uma pesquisa divulgada esta semana pelo instituto Dahaf.

Na época de sua nomeação, enquanto alguns observadores elogiavam a indicação de um civil para chefiar o Ministério da Defesa, outros questionavam a sabedoria de se atribuir o cargo a um ex-líder sindical que passou a maior parte de seu serviço militar consertando tanques.

Mas Olmert aparentemente não queria deixar nas mãos de Peretz nenhum ministério sobre o qual ele tivesse controle sobre o orçamento de outras políticas públicas importantes para a plataforma de seu governo.

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