O governo está perto de atingir a meta de geração de emprego para este ano, fixada pelo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, em 1,8 milhão. Com os dados divulgados hoje, de abertura de 130.159 vagas no mês de outubro, subiu para 1.796.347 o número de empregos com carteira assinada criados no ano. "É o melhor desempenho para o mês e para o ano desde a criação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Demitidos) em 1992", comemorou Berzoini. Em outubro do ano passado, o saldo do emprego com carteira assinada foi de 70.870 vagas, sendo que o acumulado nos primeiros 10 meses de 2003 correspondeu a 910.547 novos postos de trabalho.
O Caged é o cadastro de preenchimento obrigatório por parte de todas as empresas do País quando há demissão e admissão de pessoal. Mesmo contando com o baixo crescimento do emprego em novembro e a perda tradicional de postos de trabalho em dezembro em conseqüência da desaceleração da produção industrial, o ministro garantiu que a meta será alcançada.
Apesar do resultado excepcional, o ministro do Trabalho disse que o governo não pode ficar acomodado. "Temos que ser sempre ambiciosos porque o Brasil ainda tem milhões de desempregados", argumentou.
Segundo Berzoini, o desafio para 2005 é manter o crescimento do emprego em níveis superiores ao do crescimento da economia como um todo. Este ano, por exemplo, de acordo com o ministro, o emprego formal vem crescendo a uma taxa de 7,7% (dados até outubro), enquanto o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve se situar entre 4,3% a 5%.
Para que o emprego possa continuar em expansão, com o País derrubando pouco a pouco a taxa de desemprego, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Berzoini cobrou do governo a continuidade da política de desoneração da atividade produtiva e a reversão da tendência de elevação das taxas de juros.
De acordo com o ministro, o aumento das taxas de juros promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ainda não teve efeito sobre o mercado de trabalho. "O efeito da política monetária sempre demora um pouco e só vamos poder avaliar o impacto no primeiro trimestre do próximo ano", disse. A elevação dos juros, segundo Berzoini, interfere na expectativa de investimento e consumo a médio e longo prazos. "É preciso combinar a política monetária com os objetivos sociais", cobrou.
Pelos dados do Caged, os setores que mais contribuíram para a elevação do número de trabalhadores com carteira assinada em outubro foram a Indústria de Transformação (mais 52.683 empregos no mês), o Comércio (48.179) e os Serviços (46.194). Estes também foram os setores que mais ampliaram o contigente de assalariados no acumulado do ano, sendo 608.339 o número de empregos gerados em 2004 pela Indústria, 308.235 pelo Comércio e 488.573 pelo setor de Serviços até outubro.
O desempenho negativo do mês ficou para o setor agrícola (menos 16.224 empregos) devido a problemas sazonais, como o período de entressafra no Centro-Sul. No ano, a geração de postos de trabalho está positiva no setor, que apresenta um saldo líquido do emprego positivo em 249.430.
Já a Construção Civil teve um desempenho modesto no mês de outubro, apresentando apenas 1.299 novos empregos. Na comparação com 2003 o desempenho da Construção Civil é surpreendente. Enquanto que no ano passado o setor perdeu cerca de 50 mil empregos, em 2004 o saldo líquido está positivo em 99.809. O ministro ainda destacou o desempenho das regiões metropolitanas.
Pelo segundo mês consecutivo, o grupo das nove principais áreas metropolitanas do País (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) gerou mais emprego (61.564 ocupações formais) do que no interior. Em termos regionais, o emprego formal teve maior elevação no Sudeste (geração de 49.499 postos de trabalho em outubro), com destaque para São Paulo (47.967).
