Ministro dos transportes acompanha obras e rebate críticas

Em seu primeiro dia de vistoria das obras da operação tapa-buraco, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, teve de rebater, mais de uma vez, as críticas da oposição, dentre elas, a de que o programa seria eleitoreiro. "Não acho que tem de parar obras porque é ano eleitoral", disse. Porém, enquanto o ministro conversava com jornalistas, durante a inspeção das obras no quilômetro 7 da BR-040, nas proximidades de Brasília, militantes do PT esticavam atrás dele uma faixa anunciando: "Moradores de Cidade Ocidental agradecem ao presidente Lula pelas obras na rodovia e no município". Em outro local do canteiro de obras, havia uma faixa menor em que se lia "É isso aí, Lula" com assinatura do PT de Luziânia (GO). A assessoria de Nascimento informou que o ministro não sabia da faixa.

Nascimento visitou hoje três frentes de trabalho. Além da BR-040, ele vistoriou as obras de duplicação da BR-060 (que vai de Brasília a Goiânia). A estrada também receberá intervenções no âmbito da operação tapa-buraco. A última parada foi no quilômetro 4 da BR-070, rodovia que liga a capital federal a Cuiabá. Nascimento, que é filiado ao PL, fez as vistorias acompanhado do diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Mauro Barbosa da Silva e do deputado Sandro Mabel (PL-GO), que escapou de ter seu mandato cassado e já manifestou a intenção de disputar o governo de Goiás. O deputado petista Rubens Otoni (GO) também acompanhou as visitas.

Nas conversas com os jornalistas, Nascimento também defendeu as obras das críticas de técnicos quanto à época do ano escolhida para a realização. Os técnicos condenam principalmente o fato de os trabalhos serem executados numa época de chuva, o que provocaria a rápida deterioração das obras.

"Estamos em época de chuva. Mas nada impede que entre uma chuva e outra se façam as obras", afirmou, observando que a chuva não compromete nem a qualidade nem o preço dos serviços executados. Ele assegurou que os serviços serão tocados apenas quando não estiver chovendo.

O ministro afirmou que "há dez anos não se faz investimentos como se deve na manutenção de rodovias". Segundo ele, se esse trabalho tivesse

sido feito corretamente em anos anteriores, as rodovias brasileiras não chegariam ao estado de deterioração a que chegaram.

Na operação tapa-buraco serão investidos R$ 440 milhões na recuperação emergencial em 26,5 mil km de estradas federais. Nascimento ressaltou que o programa não foi feito do dia para a noite, mas que já havia sido elaborado em outubro do ano passado.

Durante as visitas, o ministro foi obrigado a ouvir protestos de usuários das estradas. O auxiliar de escritório Renê Pereira Lima, de 23 anos, por exemplo, questionou diretamente o ministro quanto à qualidade dos serviços que estão sendo executados na BR-070, na altura do município de Águas Lindas, em Goiás, onde mora.

Durante parada do ministro para inspecionar obras no Km 4 da estrada, Renê foi até ele para contar que já teve seu carro danificado em virtude de buracos naquela BR e, apontando para um buraco recém-recoberto com asfalto, disse que aquilo estava "malfeito" e que logo o remendo iria se estragar. Calmo, Nascimento assegurou a Renê que a situação da estrada iria melhorar.

Nascimento segue amanhã (10) para a Bahia para acompanhar obras das BR-116, 242 e 020. Questionado se iria até a Bahia de avião ou de carro, pelas estradas, o ministro respondeu apenas que, se fosse de carro, levaria três ou quatro dias para ir e voltar "e aí, não visitaria as obras"

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