Ministro do Trabalho nega repasse de dinheiro a ONG para compra de dossiê

Brasília – O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, negou que sua pasta tenha repassado dinheiro para a organização não-governamental (ONG) Unitrabalho para a compra do dossiê contra políticos do PSDB. Um dos coordenadores da ONG é Jorge Lorenzetti, funcionário da campanha de Lula, e citado nos depoimentos como envolvido na negociação dos documentos. ?Não há participação do Ministério do Trabalho sobre isso. Não saiu nenhum recurso do ministério para a compra de dossiê?, disse em entrevista coletiva.

Levantamento divulgado no site da ONG Contas Abertas mostra que a Unitrabalho teria recebido recurso do ministério um dia antes da prisão de quatro pessoas acusadas da montagem do dossiê. Segundo o ministro, a ONG estava com uma pendência no ministério e só atualizou a documentação no último dia 12. Os R$ 3 milhões foram repassados no dia 14, mas, de acordo com Marinho, os dinheiro só foi creditado na segunda (18) porque o recurso só é liberado 48 horas depois. Ou seja, também não existiria possibilidade do recurso ter sido usado na negociação.

Segundo o depoimento de Gedimar Padilha, um dos presos na ação da Polícia Federal, uma pessoa de nome ?André? teria entregado R$ 1 milhão no hotel em que ele estava hospedado em São Paulo. O dinheiro serviria para pagamento dos documentos. ?Não conheço Gedimar, não tenho responsabilidade sobre isso, quero apenas esclarecer a relação do Ministério do Trabalho com a ONG Unitrabalho?, disse o ministro. Ele ainda acrescentou que do dia 18 até esta quinta-feira (21), a organização movimentou R$ 167 mil em conta bancária.

Indagado se o coordenador técnico do Fórum Nacional do Trabalho do ministério, André de Oliveira Bucar, seria o mesmo ?André? citado no depoimento da PF, Luiz Marinho negou qualquer ligação. De acordo com o depoimento de Gedimar, André teria 45 anos e 1,75m. O ministro disse que o assessor André de Oliveira tem 29 anos e 1,70 metro. ?O fato é que conversei com o André de Oliveira, que me apresentou a sua agenda dos dias 14 e 15 de setembro. E as atividades que ele fez nesses dias foram todas em Brasília?, defendeu o ministro.

Luiz Marinho finalizou que a Polícia Federal ainda não pediu informações sobre a Unitrabalho ao ministério, se considerou vítima de uma insinuação e disse que as pessoas que divulgaram as informações foram ?irresponsáveis?.

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