O processo do mensalão pode se eternizar no Supremo Tribunal Federal (STF). O alerta foi dado nesta sexta-feira (17) por Enrique Ricardo Lewandowski, ministro do STF. Ele disse não acreditar que cairá na prescrição a ação mais polêmica em curso na máxima instância do Judiciário, mas asseverou que 380 testemunhas foram arroladas muitas delas com endereço residencial fora do País. Quer dizer que serão ouvidas por meio de carta rogatória, um procedimento tedioso. A prescrição é o prazo legal que a Justiça tem para punir o acusado. "E se algum defensor pedir uma perícia?", teme o ministro. A perícia, contábil ou de qualquer natureza, é outra medida que empurra a instrução processual para o marasmo.
O mensalão é um super processo com 40 acusados, entre eles alguns dos mais próximos aliados do presidente Lula, como José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil, e José Genoino, ex-presidente do PT. Delúbio Soares, ex- tesoureiro do partido do presidente, também é réu nesse processo. "É claro que isso (o processo) vai demorar", prevê o ministro. "Não acho que é prescrição na certa, o detalhe é que existem os prazos e os recursos que os réus e seus advogados têm à disposição. Isso leva à ‘eternização’ do processo. Daí a importância de uma reforma processual absolutamente radical.