Brasília – O bloqueio de verba comprometeu a segurança do sistema do controle aéreo brasileiro, avalia o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. Eleé responsável por uma auditoria nos órgãos do sistema aéreo brasileiro. Nardes reuniu-se nesta sexta-feira (8) com o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
Segundo o ministro do TCU, os cerca de R$ 3 bilhões de tarifas arrecadadas pela Infraero foram divididos entre R$ 2 milhões aplicados pela empresa, aproximadamente R$ 230 milhões repassados para o Tesouro Nacional e o restante para a Aeronáutica. Os recursos repassados para o Tesouro teriam sido usados para gerar superávit primário – o governo tem metas de arrecadação para pagar os juros da dívida pública.
?A situação é caótica no país. O que fica caracterizado é que não existia um planejamento para esta questão (sistema aéreo) de médio e longo prazo. O que me assusta mais é que dinheiro foi arrecado dentro do sistema, mas, infelizmente, uma parte vai para o Tesouro e não volta?, disse Nardes.
Além dos recursos bloqueados, Nardes criticou ainda a falta de funcionários na Infraero. De acordo com ele, a empresa precisa de mais 1, 8 mil funcionários. ?O contingenciamento acaba criando essa situação de caos por falta de investimento em pessoal, em equipamento e por falta de apoio técnico para que o sistema possa funcionar de forma mais adequada?, enfatizou.
?A opção do brasileiro agora é rezar e torcer para que as autoridades consigam resolver essa questão, em curto prazo, e a gente tenha confiabilidade novamente no sistema?.
Na próxima terça-feira (12), o ministro apresentará um relatório sobre a auditoria feita na Aeronáutica, Infraero e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Nardes afirmou que nesse relatório serão indicados os culpados pela crise no sistema aéreo, que nessa semana foi agravada por uma falha no sistema de comunicação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 1), em Brasília.