Ministro diz que auditoria confirma corrupção nos Correios

A auditoria nos Correios instalada em 8 de maio pela Controladoria Geral da União já obteve "sinais inequívocos" de que houve corrupção na estatal. A informação foi prestada na manhã de hoje pelo ministro da Controladoria Geral da União, Waldir Pires. Ele acrescentou que os primeiros resultados apresentados por mais de 30 auditores que estão nos Correios serão encaminhados na próxima semana ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à CPI dos Correios.

"São coisas que estão sendo apuradas e são consistentes. Não envolve partido, mas sim agentes públicos", disse. Segundo ele, os "casos auditados" envolvem toda a empresa dos Correios e não especificamente áreas, como o departamento de compras, no qual o ex-chefe Maurício Marinho aparece em vídeo recebendo propina de R$ 3 mil.

"O governo tem de continuar fazendo o que está sendo feito, de investigar, auditar e não interromper em nenhuma hipótese este processo", afirmou o ministro. Waldir Pires avaliou que, até o momento, o que se constata é "uma prática brasileira, desde sempre, de pouco empenho nos interesses do dinheiro do povo brasileiro". Nesse sentido, ele votou a dizer que não se sentia surpreso com as denúncias de que haveria pagamento de "mesada" para parlamentares.

"Eu mesmo ajudei a escrever o decreto que cassou uma entidade que fazia mensalões para senadores e deputados, há 42 anos. Foi o Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que ajudei a cassar", afirmou. Por isso, na visão de Pires, está se constatando na prática que "realmente o mensalão pode ter existido" durante o governo Lula.

Sobre a prisão de José Adalberto Vieira da Silva, assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do presidente do PT, José Genoino, Waldir Pires disse que "evidentemente não deve ser coisa boa" o fato de um assessor de deputado, membro do Diretório Nacional do PT, transportar R$ 209 mil e US$ 100 mil na cueca, como foi flagrado ontem pela Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

"Não transfiro essa responsabilidade para terceiros, por maior que seja a ligação com qualquer pessoa. Qualquer um pode ter, infelizmente, um irmão, filho ou parente que seja desonesto. O caso é grave e terá de ser investigado", disse o ministro da CGU, que participa hoje em São Paulo da reunião do Diretório Nacional do PT.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo