O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou, nesta segunda-feira, que o governo federal tem realizado "ações fortes" para priorizar o acesso das famílias assentadas ao sistema de ensino. Na avaliação do ministro, o quadro da educação no campo é "bastante precário". Haddad participou do Seminário Nacional de Educação Básica das Áreas de Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Segundo ele, a primeira medida do governo elevou o repasse de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) destinado ao ensino na zona rural. "Pela primeira vez na história vamos diferenciar o custo do aluno na escola urbana em relação ao estabelecimento rural". O MEC, ainda segundo Haddad, deve inaugurar até o final do ano 500 escolas na zona rural, e cerca de 100 dessas escolas serão construídas em assentamentos.
Haddad destacou ainda a importância de a educação fazer parte das reivindicações do MST. "Não só terra e crédito, mas a universalização da educação básica, o acesso à educação profissional e o acesso à educação superior".
O ministro defendeu a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) como instrumento para melhorar o sistema de ensino em médio prazo. "Educação você planta para colher dentro de alguns anos e, se nós plantarmos o Fundeb, em 10 anos nós teremos transformado a realidade brasileira".
Caso o Fundeb seja aprovado, o governo federal deverá investir progressivamente até R$ 4,3 bilhões anuais na educação básica, que abrange os ensinos infantil, fundamental e médio.
Para o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, os 500 educadores do movimento que participam do encontro "são os construtores da verdadeira libertação do nosso povo". Stédile afirmou ainda que a aprovação do Fundeb será uma das reivindicações do MST. "Nas mobilizações de outubro, nós levantaremos essas bandeiras", disse, ressaltando que o MST também "espera a ajuda do MEC nas parcerias com as universidades de formação de agrônomos e veterinários".