Ministro descarta recursos para estocagem de álcool

O ministro da Agricultura Luís Carlos Guedes Pinto descartou nesta segunda-feira (27) a liberação de recursos públicos para a estocagem de álcool um dos pleitos da iniciativa privada. "Estoque regulador tem custo e este tema não exige uma decisão imediata por parte do governo", afirmou ele ao chegar a um hotel em Brasília onde está sendo realizado seminário sobre biocombustíveis. Guedes afirmou que o governo não determinará a elevação de 23% para 25% na mistura de álcool anidro na gasolina antes de janeiro, quando o governo volta a se reunir para discutir o assunto. "Antes de janeiro, não haverá mudanças", enfatizou, lembrando que estabelecer a mistura em 25% depende de uma avaliação do nível dos estoques de álcool ao final da safra, em abril.

Ainda de acordo com Guedes, o governo espera que os preços do álcool durante a entressafra, no começo do próximo ano, não subam da forma como aconteceu em 2006. "Nossa expectativa é que, apesar da entressafra, quando tradicionalmente há uma elevação dos preços, a alta não ocorra na mesma intensidade que neste ano". Na ocasião, os preços do álcool subiram muito, o que levou o governo a tentar um acordo com os usineiros que previa preço máximo de venda a R$ 1,15 por litro nas usinas. O acordo não foi cumprido pela indústria.

Guedes também falou sobre a idéia defendida pelo Brasil, de transformar o álcool em commodity e afirmou que o assunto tem sido tratado por vários ministérios. Ele reafirmou que há interesse do Brasil em atrair outros países para produção de etanol. O País deve produzir este ano, segundo Guedes, 16,5 bilhões de litros de álcool.

O ministro da Agricultura comentou que 60 usinas devem entrar em funcionamento nos próximos anos e que a demanda interna também vai crescer por conta dos carros bicombustíveis. Cerca de 80% dos veículos produzidos no Brasil são bicombustíveis e o álcool responde por 40% do combustível usado pela frota brasileira. Guedes discursou sobre o programa brasileiro de biodiesel e reforçou que a meta do governo é adicionar 2% do produto ao diesel a partir de 2008.

O embaixador francês no Brasil, Antoine Pouilleute, disse que a França deve adicionar 7% de biodiesel ao diesel em 2010, e 10% até 2015. Segundo ele, os franceses sabem que o etanol é viável, ambientalmente possível e uma oportunidade econômica.

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