Ministro descarta novo reajuste de combustíveis este ano

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, descartou hoje qualquer possibilidade de um novo aumento de preço dos combustíveis ainda este ano. "Não contem com reajuste até o próximo ano", afirmou ele, em café da manhã com jornalistas. A Petrobrás anunciou, na última sexta-feira, um reajuste de 10% nas refinarias, depois de 10 meses desde o último aumento.

"Na minha avaliação, o reajuste foi suficiente para tranqüilizar qualquer surpresa", afirmou Rondeau, esclarecendo que a Petrobrás promove reajustes utilizando o mecanismo de "patamarização", o que significa que os reajustes ocorrem a cada vez que o preço do barril do petróleo no mercado internacional deixa de oscilar bruscamente e se estabiliza em um patamar de preços acima do que vigorava anteriormente.

"Foi uma decisão absolutamente técnica", disse o ministro, que se reuniu com o presidente Lula da Silva na última sexta-feira para tratar do reajuste. Ele afirmou, no entanto, que não houve nenhum pedido do presidente para segurar os preços dos combustíveis.

Rondeau disse que a Petrobrás está numa situação confortável, porque é uma empresa verticalizada que atua nos diversos segmentos da cadeia, desde a produção até a venda ao consumidor final dos combustíveis. Ele avalia, também, que o reajuste resolve a situação de pequenas refinarias, como a Ipiranga, que passa a ter seus preços mais competitivos com os da Petrobrás. É que essas empresas importam o petróleo que refinam e pagam por ele preço internacional, e, portanto, têm menos condições que a Petrobrás – que refina petróleo na maior parte produzido por ela própria – de não repassar os preços internacionais a seus produtos.

Citando o caso da refinaria de Manguinhos, de propriedade da Repsol, Rondeau disse que se trata de uma questão de gestão e de investimentos na empresas. Manguinhos havia começado a demitir funcionários, alegando falta de competitividade. O ministro disse, ainda, que o reajuste de 10% aplicado pela Petrobrás fez refluir uma tendência do mercado, que apontava para reajustes de 20% a 30%.

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