Ministro defende sistema de cotas durante a Bienal de Cultura da UNE

Rio de Janeiro – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, defendeu a implantação do sistema de cotas raciais durante debate realizado nesta segunda-feira (29), na 5ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro. Desta vez, o tema da bienal é "Brasil-África: um rio chamado Atlântico".

Este é o momento de aprofundar a discussão sobre o assunto, na opinião do ministro. ?A justificativa política já está colocada, agora tem que ser discutida a elaboração técnica, o aprimoramento do mecanismo da cota, de sua questão regulatória e de como se dará sua superação futuramente?, disse.

No debate, que reuniu cerca de três mil estudantes na Fundição Progresso, no bairro da Lapa, o ministro da Cultura discutiu a importância do resgate cultural das origens africanas para o Brasil com o escritor e ex-embaixador do Brasil na África, Alberto Costa e Silva, e com outros convidados.

Em seu discurso, Gil disse que a iniciativa da UNE representa uma luta pela democracia no país. ?Esse é um momento promissor e de esperança para o Brasil, que vive uma república não realizada, em que a desigualdade tem raiz na escravidão?, afirmou.

Gilberto Gil explicou que o Ministério da Cultura vêm promovendo medidas para aproximação entre o Brasil e a África. ?Fazemos tudo que é possível para intensificação e desenvolvimento das relações entre os dois países, através do estímulo à análise, reflexão e estudo de nossa história, e do apoio a iniciativas africanas, como o Festival das Artes Negras?, destacou.

Após o encontro com os estudantes, o ministro da Cultura tinha em sua agenda a inauguração da exposição Oscar Niemeyer 10|100, no Museu Paço Imperial, que abre as comemorações do centenário do arquiteto carioca.

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