Rio de Janeiro – O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu hoje (30) a separação mais rigorosa de jovens dos demais presos. Essa distinção pode se dar com a construção de novos presídios ou com a criação de alas especiais para jovens de 18 a 23 anos.

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Segundo o ministro, o objetivo da separação dos jovens dos presos mais velhos é impedir que eles sejam "contaminados" pela "criminalidade já constituída". Ao dar a aula inaugural do curso de Direito da Universidade Cândido Mendes, o ministro disse que a proposta ainda está sendo estudada e pode ser levada ao presidente no Plano Nacional de Segurança Pública Cidadã.

"Deve-se pensar em soluções como esta, de dar possibilidade de um sistema prisional adequado a uma faixa da juventude que está colocada de maneira comum com os demais reclusos do sistema prisional e que, eventualmente, pode receber uma solução distinta. É um dos elementos que nós estamos estudando para compatibilizar políticas de segurança pública que sejam, evidentemente, repressivas, punitivas, mas também que tenham possibilidade de recuperar pessoas para a sociedade", explicou.

De manhã, Tarso Genro participou da implantação do Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Pública de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O ministro disse que o exemplo do gabinete deve ser aproveitado por outros municípios que apresentam problemas de segurança. De acordo com ele, a proposta de Nova Iguaçu vai ser incluída no Plano Nacional de Segurança Pública Cidadã, que será apresentado dentro de 60 dias.

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"Só há possibilidade de fazer um combate efetivo à criminalidade com a integração das políticas de segurança pública com as políticas sociais. Vamos colher todas as experiências positivas do país e agregar projetos, para atacar diretamente a faixa etária da juventude, os espaços sociais onde a segurança pública é mais degradada e os setores sociais mais suscetíveis de serem puxados pela criminalidade", destacou.

O gabinete, que integra os governos federal, estadual e a prefeitura, foi instalado com o objetivo de reduzir o número de homicídios em Nova Iguaçu. O prefeito da cidade, Lindberg Farias, considerou alarmantes os números da violência que apresentou na cerimônia de lançamento: 1.133 pessoas foram assassinadas no município entre abril de 2005 e janeiro de 2007; a cidade registra 47,6 assassinatos para 100 mil habitantes, taxa que triplica quando se analisa jovens entre 15 e 29 anos (150 mortos/100 mil habitantes). Lindberg falou que uma das medidas a serem tomadas é o reconhecimento das áreas mais violentas do município e o subseqüente reforço do policiamento nessas localidades.

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"A ação do gabinete é a melhor forma de impedir que tragédias como a da Chacina da Baixada voltem a acontecer", disse o prefeito, referindo-se ao crime que deixou 29 pessoas mortas e uma ferida nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados, que completa dois anos amanhã (31).