Brasília – O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse há pouco, em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que "estaremos na contra-mão do resto do mundo" caso o Brasil não adote a alta definição de imagens na televisão digital. Segundo ele, mais importante do que disputar mercado para a produção de televisores é a grande possibilidade que o Brasil terá de exportar conteúdo produzido no País. Mas caso essa programação não esteja em alta definição, dificilmente o Brasil encontrará compradores
O governo brasileiro estuda três padrões de TV digital: o americano, o europeu e o japonês. O ministro chamou atenção para o fato de que o modelo europeu priorizou a transmissão em definição padrão e mais tarde viu a necessidade de começar a transmitir em alta definição
Hélio Costa defendeu ainda que a televisão digital brasileira seja aberta para toda a população, assim como é hoje a TV analógica. "Queremos que todo brasileiro tenha acesso", disse. Segundo ele, a digitalização já foi feita na TV por assinatura e na telefonia "e a televisão continua pobre". Segundo o ministro, vários setores dizem que ele defende os radiodifusores, que são as emissoras de TV. "Defendo sim, não só porque sou do setor, mas porque a televisão ainda é o grande instrumento de diversão popular", afirmou
Segundo o ministro, o modelo a ser escolhido pelo Brasil tem que ter alta definição de imagem e som, portabilidade (que é o que permite receber o sinal da TV em televisor portátil e no celular, por exemplo) e mobilidade (recepção de sinais em movimento, como televisão em um ônibus). O ministro disse ainda que é fundamental fazer a interatividade, que é usar na televisão recursos da internet, como acesso a e-mails. "Vamos ter um instrumento de acesso e integração, primeiro digital, depois social", disse.