O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu ontem no Rio a legalização do aborto. ?Isso é, antes de mais nada, uma questão de saúde pública, porque milhares de mulheres morrem todos os anos submetendo-se a abortos inseguros?, afirmou. ?Sei que é uma questão polêmica, que envolve aspectos morais, religiosos, psicológicos, mas diz respeito, fundamentalmente, à política de saúde?, enfatizou.
Temporão voltou a defender a realização de um plebiscito no País para que a população decida o assunto, como ocorreu recentemente em Portugal. ?Esta idéia do plebiscito é pessoal, mas está sendo amadurecida dentro do governo?, informou. O ministro está tão empenhado nessa discussão que se reuniu nesta semana com a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire antiga defensora de uma revisão da lei do aborto.
Ontem, no Rio, o ministro tratou do assunto com o governador Sérgio Cabral (PMDB) – outro que é favorável à legalização do aborto. No fim de fevereiro, o governador defendeu a discussão do tema, pouco antes do lançamento de uma campanha para prevenção da gravidez precoce. Temporão também é a favor de outra reivindicação feminina: a ampliação da licença maternidade de quatro para seis meses, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo na semana passada. ?Pedi ao governador que conceda esse benefício às funcionárias públicas do Estado?, relatou. Segundo o ministro, Cabral viu ?com simpatia? a idéia e prometeu estudá-la. A assessoria do governador informou que ele pretende enviar em breve uma mensagem ao Legislativo propondo a ampliação da licença.