Brasília (AE) – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou hoje (1) que o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, tem autonomia e independência para, se quiser, processar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigar ministros.
"Estabelecemos com o Ministério Público Federal uma relação de absoluto respeito à sua autonomia", disse. "Se o procurador-geral da República quiser processar o presidente da República, quiser investigar ministros, como já fez o eminente procurador Claudio Fonteles (antecessor de Souza), isso será feito da maneira mais natural, republicana e democrática possível, sem que se veja nisso uma agressão, uma hostilidade", afirmou o ministro.
Em discurso feito na Confederação Nacional da Indústria (CNI), Thomaz Bastos reconheceu que o País passa por um momento de crise. "Eu penso que essa crise pode ser a oportunidade de fortalecer a democracia", disse. O ministro afirmou que é necessário investir na remodelagem das instituições, a exemplo do que foi feito com o Judiciário, que passou recentemente por uma reforma.
Citando Montesquieu, Thomaz Bastos disse que uma sociedade livre não pode ser construída sobre a virtude dos homens, mas sim sobre a solidez das instituições. "A gente só sabe quando o médico é bom no momento da doença. No momento da saúde nós não precisamos de bons médicos. Agora, quando temos uma patologia e as instituições são capazes de responder com impessoalidade, com objetividade, punindo os culpados, só assim que nós podemos saber que as instituições estão funcionando", disse. O ministro acrescentou que é necessário combater a lavagem de dinheiro.
