Funcionários do empresário Vítor Santi contaram nesta sexta-feira (23) que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não foi reconhecido pelos assaltantes que invadiram sua chácara, em Ibiúna, a 70 km de São Paulo. Os bandidos trataram o ministro como as outras pessoas que estavam sob a mira das armas – cerca de 20, contando os familiares do empresário e seus convidados.
"Ele ficou tranqüilo o tempo todo e também não falou nada", disse um empregado da chácara que também foi rendido. "Foi a nossa sorte, pois se sabem que era o ministro poderia ser pior." Mantega estava no local com a família. Ele também entregou dinheiro aos assaltantes, como as outras vítimas.
Segundo o relato dos funcionários, os ladrões invadiram a chácara por volta das 23 horas de terça-feira do carnaval e deixaram o local às 3 horas da quarta-feira de cinzas. A chácara no Bairro do Colégio, com acesso pela rodovia que liga Ibiúna a Piedade, não é cercada por muros. Os ladrões estavam encapuzados e entraram pelos fundos.
Primeiro, renderam os funcionários que dormiam na casa destinada ao caseiro. Em seguida, com os empregados sob a mira das armas, seguiram para a casa principal. Eles não souberam precisar o número de assaltantes. "Os ladrões disseram que não era para olhar para eles." Segundo uma empregada, eles queriam apenas dinheiro e desprezaram jóias e aparelhos eletrônicos que havia na chácara.
Carona
O dono do imóvel teve que sair de carro com um dos bandidos para sacar dinheiro. Ela soube, depois, que eles teriam ido até São Paulo. Depois do assalto, ele ainda foi obrigado a dar uma "carona" para os ladrões até outro bairro do município. No Boletim de Ocorrência registrado na delegacia, Vítor deu poucos detalhes do assalto.
A cozinheira e um caseiro da chácara foram à Delegacia de Ibiúna nesta sexta-feira, para reconhecer os três bandidos acusados do crime. Eles alegaram impossibilidade de reconhecer os suspeitos, pois estavam com capuzes.
