Ministro da Fazenda discute tributação com empresários

Vinte empresários fluminenses estiveram reunidos hoje com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante pouco mais de duas horas. Segundo o ministro, o assunto eleições não foi abordado no encontro. "Temos seis meses (até o final deste ano) e neste período o governo tem que ter um funcionamento normal, ninguém aqui falou em eleições", disse. Mantega e o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) esclareceram que os assuntos tratados foram construção civil, carga tributária, equilíbrio fiscal, segurança e meio ambiente, entre outros.

Mantega disse ter recebido sugestões para o setor da construção civil e afirmou que será criado um grupo de trabalho no Ministério para discutir com os empresários possíveis incentivos para o setor. Ele admitiu que a redução de impostos é um pleito constante dos empresários, mas disse que "temos que olhar as duas faces dessa moeda, houve (na reunião) demanda por redução de tributos e por equilíbrio fiscal, que são duas coisas que vão em direção contrária".

Segundo o ministro, equilíbrio fiscal e queda de impostos só podem andar juntos "com crescimento robusto e aumento da formalização da economia". Ele disse ter garantido aos empresários fluminenses que participaram da reunião, realizada na sede do Ministério da Fazenda no Rio, que a meta de superávit primário definida para este ano, de 4,25%, será cumprida "sem dificuldades".

Pacote cambial

Em entrevista a jornalistas após o encontro com os empresários, Mantega tratou das novas medidas cambiais, de produção industrial e da trajetória da Selic. Sobre o pacote cambial, em fase de estudo pelo Ministério da Fazenda e Banco Central, ele disse que o anúncio será feito até o final deste mês de julho. "Vamos modificar a legislação do câmbio para facilitar o fluxo de dólares para os exportadores", disse ele. Segundo Mantega, as mudanças "estão sendo amadurecidas com cautela e prudência". Ele não quis adiantar nenhum ponto das novas medidas. "Estamos pensando em todos os aspectos, garanto que vai ser bom, mas vamos esperar mais um pouco.

Produção industrial

Mantega disse também que o resultado da produção industrial em junho "talvez seja menor do que em maio, é um mês pelo outro". Ele acredita que a realização da Copa e o menor número de dias úteis em junho vão impedir que a indústria volte a registrar em junho o ótimo desempenho de maio, quando houve aumento de 1,6% na produção ante o mês anterior, segundo o IBGE.

Para o ministro, o crescimento apurado em maio na produção industrial não altera a projeção de crescimento de 4% a 4,5% do PIB brasileiro neste ano. Ainda sobre os indicadores econômicos, Mantega disse que o IPCA acumulado em 2006 deverá ficar entre 3 8% a 4%, em linha com o último boletim Focus divulgado com as previsões do mercado. "A inflação está sob controle com muitas vantagens para a população brasileira, há uma expansão da economia com equilíbrio monetário."

Selic

Quando questionado por jornalistas sobre a perspectiva de novas reduções na taxa Selic, Mantega afirmou que "a trajetória (da Selic) é de redução e é proporcional à trajetória da inflação". Ele acrescentou que "não gosto de me pronunciar sobre as decisões do Copom (Comitê de Política Monetária), mas vocês têm dados e análises no jornal para deduzir". Mantega sublinhou que "a Selic não é a única taxa que existe, há várias taxas menores à disposição dos empreendedores brasileiros".

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