Ministro da defesa diz que há dúvidas sobre o que ocorreu com transponder

O ministro da defesa, Waldir Pires, disse nesta quinta-feira (19) que ainda há dúvidas sobre o que aconteceu com o transponder (aparelho que emite sinais aos radares em terra e para outras aeronaves) do Legacy, que colidiu no ar com o Boeing 737 da Gol. Em entrevista no aeroporto Luís Eduardo Magalhães, o ministro afirmou que ainda não se pode dizer se o transponder estava desligado, sofreu uma pane ou se houve alguma outra falta de contato. "É demorado. Os representantes das fábricas de transponder foram para o Canadá para acompanhar as investigações", afirmou. "A falta de funcionamento do transponder precisa ser investigada. Se isso não tivesse ocorrido, a colisão poderia ter sido evitada".

O ministro esclareceu que, quando cessou o contato entre o Legacy e a Torre de Comando, o radar terra passou a sinalizar sem muita precisão que ele tinha passado a voar a 36000 pés, oscilando para cima e para baixo, o que não ocorre quando o transponder funciona.

Segundo a caixa preta houve comunicação entre a Torre de Comando e o Legacy, até uma certa distância antes de chegar no ponto vertical de Brasília. Esse ponto era muito importante porque era a partir dali que o Legacy deveria sair da altitude de 37000 pés para 36000 pés. "Esses diálogos ocorreram até o instante em que se perdeu a comunicação. O fato é que não se sabe se essa comunicação deixa de existir ", assegurou o ministro, lembrando que a caixa preta do Boeing foi danificada e precisa ser mais examinada. "Não se encontrou ainda a parte de voz da caixa preta que está perdida na selva", lembrou. "Precisamos saber o que teriam dito os pilotos do Boeing e a que altitude ele estava".

Até o momento, é sabido que na ocasião em que cessa a comunicação entre o Legacy e a Torre de Comando, ele estava viajando a 37000 pés. Depois não foi realizado mais nenhum tipo de comunicação entre eles, que só seria retomada 2 ou 3 minutos após o acidente. "A investigação continuará intensa, precisamos saber se houve falha humana ou técnica", ressaltou Pires. Para ele, o Legacy provavelmente não cumpriu o seu plano de vôo. Quanto ao Boeing, não é possível definir se ele estava na sua posição.

Presume-se, em virtude da natureza do acidente, que o avião tenha sido atingido na cauda sobretudo. Ele perdeu imediatamente a estabilidade e desceu em parafuso com uma velocidade gigantesca, verticalmente e em espiral. De acordo com o ministro as pessoas a bordo devem ter ficado no máximo 30 segundos conscientes, perdendo a consciência logo após, pela velocidade da queda e a despressurização.

Não há investigação conclusiva sobre a posição exata de altitude em que se deu o acidente. Presumidamente teria se dado em 37.000 pés porque o Boeing vinha voando nessa altitude. "É preciso descobrir o que aconteceu na tragédia, sejam falhas no equipamento ou de natureza humana. Tudo isso tem que ser definido com muita precisão para que a aviação civil seja plenamente confiante", reforçou Pires.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo