Ministro acredita que com o início da moagem de cana preço do álcool cairá

O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou hoje (24) que, com o início da moagem nas usinas de cana, "a tendência do álcool é baixar de preço". Ele estimulou os proprietários de carros "flex" a adotarem uma postura firme e só abastecer seus veículos com álcool caso o preço do litro estiver custando até 70% do preço do litro da gasolina. A partir deste limite o álcool deixa de ser vantajoso, uma vez que rende menos do que a gasolina. "Os consumidores tem de ficar atentos para exercer seu poder de pressão em cima desse preço", disse.

Em entrevista hoje, depois de participar de seminário sobre combustíveis de origem vegetal (os chamados biocombustíveis) em Brasília, Rondeau afirmou que, no longo prazo, a tendência é de que esses combustíveis, incluindo o álcool, se estabilizem em preços mais próximos de seus custos de produção. Durante o mesmo seminário, o superintendente de abastecimento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Roberto Ardenghy, revelou que a agência está estudando a viabilidade de o país passar a ter apenas um único tipo de álcool combustível. Atualmente, o Brasil dispõe de dois tipos: o hidratado, que é colocado diretamente no tanque dos automóveis, e o anidro, que é misturado na gasolina, em uma proporção de 20% A intenção da ANP é manter apenas o anidro no mercado.

Segundo Ardenghy, se a medida for realmente viável e chegar a ser implantada, o consumidor deverá ser beneficiado com a redução do preço do álcool, uma vez que a mudança baratearia a produção e a logística do produto. Ele exemplificou que hoje, com os dois tipos de álcool na praça, as usinas precisam manter dois tanques diferentes para estocar o hidratado e o anidro. Além disso, o transporte também precisa ser feito por caminhões diferentes, uma vez que o álcool hidratado contém água em sua fórmula e o anidro, não.

Os técnicos da ANP deverão se reunir na próxima semana com representantes das montadoras de veículos para saber como os atuais motores se comportariam ao serem abastecidos com álcool anidro em vez do hidratado. "Se eles disserem que não há problema, tentaremos avançar", afirmou Ardenghy.

O ministro Rondeau destacou também que o álcool ajudou o Brasil a conseguir a auto-suficiência em petróleo e deverá continuar ajudando o País a exportar seu excedente de gasolina. Segundo o ministro, de 1970 até os dias de hoje, o uso do álcool como substituto da gasolina proporcionou ao País uma economia de 1,09 bilhão de barris equivalentes de petróleo (petróleo associado ao gás natural). Isso corresponde a 22 meses da produção nacional de petróleo no nível em que ela está hoje. Além disso, nesse mesmo período, o uso do álcool – que é um combustível mais "limpo" do que a gasolina – evitou que fossem emitidas para a atmosfera 615 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

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