Ministra veste calça em plenária do STF e quebra tabu

Pela primeira vez desde a criação do Supremo Tribunal Federal (STF), em 1828, uma ministra participou nesta quinta-feira (15) da sessão plenária de julgamentos vestindo calça comprida. A responsável pela quebra de tabu foi a mineira Cármen Lúcia Antunes Rocha, que ingressou no tribunal em meados do ano passado.

Apesar de o STF ter liberado há quase sete anos o uso de calça para mulheres – desde que combinada com um blazer – nenhuma das duas integrantes do Supremo tinha ousado entrar no plenário com o traje. Tanto Cármen Lúcia quanto a presidente do tribunal, Ellen Gracie, as únicas mulheres do STF, costumavam usar vestidos ou saias.

Nesta quinta-feira, Cármen Lúcia surpreendeu ao aparecer no plenário com calça e casaco pretos. Os cabelos estavam como sempre, soltos. A presidente do tribunal vestia um conjunto de saia e blusa, também pretos, e usava seu tradicional coque. Ellen Gracie comentou com a colega que ela estava elegante. Mas, ao ser sabatinada no Senado em 2000, antes de tomar posse como ministra do STF, a atual presidente do tribunal afirmou que não usaria calça comprida. "Ainda me apego a códigos ‘demodés’", afirmou na época Ellen Gracie.

A "ousadia" de Cármen Lúcia poderá beneficiar as mulheres que freqüentam o STF e, constantemente, são importunadas por seguranças que reclamam do modelo, da cor e do cumprimento dos trajes e até do penteado dos cabelos. Quem vai ao tribunal de vestido sem mangas, com os braços à mostra, por exemplo, é barrada na entrada do plenário. Tem de combinar o traje com blazer.

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