Meio Ambiente, Desenvolvimento e Participação Social é o tema do Grupo de Trabalho 5 da Cúpula Social do Mercosul que começou em Brasília, nesta quarta-feira (13), com participação de representantes do Chile, Argentina, Cuba e Uruguai. Serão dois dias de trabalhos para discutir os rumos da integração sul-americana em torno de agendas de conteúdo social e de fortalecimento regional, com a participação de organizações sociais, governos e instituições do países membros. Ao final do encontro será elaborado um documento para encaminhamento à Cúpula dePresidentes do Mercosul.
O evento dá continuidade às atividades do Programa Somos Mercosul, iniciadas em Córdoba, em julho de 2006. A cúpula em Brasília foiiniciativa do Brasil, que detém a Presidência Pro-Tempore do bloco atéo final deste ano.
A Cúpula Social do Mercosul é articulada pela Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil e convocada pelo programa SomosMercosul, pelo Fórum Consultivo Econômico e Social, pela ComissãoParlamentar Conjunta e pela Comissão de Representantes Permanentes doMercosul.
O grupo de trabalho 5, que se realiza em Brasília, é organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBOMS) e a Conferência Nacional do Bispos (CNBB).
Na abertura da reunião a ministra Marina Silva lembrou a importância daparticipação dos diferentes segmentos da sociedade na formulação,implementação e correção das políticas públicas. Para ela, encontroscomo a Cúpula Social do Mercosul são oportunidades para discutircoletivamente alternativas de desenvolvimento econômico e social semque isso signifique a destruição dos recursos naturais, dos ativosambientais. "Temos que pensar alternativas que tenham caráter desustentabilidade e assim defender nossos países, nossas economias,nosso planeta. Se não formos capazes de pensar o desafio daresponsabilidade social, econômica, ambiental, cultural política eética, não seremos capazes de dar conta do desafio", completou.
Para vencer o desafio de desenvolvimento econômico e social sem prejuízo domeio ambiente, a ministra lembrou as quatro diretrizes do MMA nosúltimos anos de governo: a participação da sociedade na formulação eimplementação de políticas públicas, a inclusão social comsustentabilidade, o fortalecimento das instituições de defesa do meioambiente e a transversalidade.
"Sóuma política ambiental que seja transversal ou integrada , que perpassenos diferentes segmentos de governo e que esteja presente em diferentessegmentos da sociedade nos ajudará a vencer o desafio da preservaçãoambiental sem destruição", afirmou.
O representante da CNBB na Cúpula, Dom Demetrio Valentini, falou que a responsabilidade dos países representados no encontro é muito grande, já que dois terços da biodiversidade do mundo estão na América Latina."As cúpulas sociais são um avanço no sentido de despertarmos aconsciência ecológica e de reconhecermos o quanto a natureza foigenerosa com nosso continente e o quanto precisamos nos capacitar parapreservá-la", ressaltou. Ele acrescentou que, dentro deste espírito, aCNBB está lançando a Campanha da Fraternidade de 2007 voltada paraAmazônia com o tema Vida e Missão neste chão.
Oprimeiro debate do encontro, coordenado pelo secretário de Desenvolvimento Sustentável do MMA, Gilney Viana, tratou de Economia, Comércio e Sustentabilidade Ambiental. Foram levantadas aspossibilidaes de interrelações das políticas econômicas e comerciais com a gestão ambiental com vistas à indução do desenvolvimento sustentável. O tema do segundo debate foi Infra-estrutura, Energia e Desenvolvimento Regional Sustentável, Gestão Ambiental Compartilhada e Ordenamento Territorial. No último painel a discussão foi sobre como defender as nossas águas, florestas, biodiversidade e a vida.