A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, assinou nesta terça-feira (25) um acordo de cooperação com o Governo do Estado e a Prefeitura de Curitiba para a realização do 3º Encontro das Partes da Convenção do Protocolo de Cartagena ou Biossegurança (MOP3) e a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8). O documento foi assinado também pelo vice-prefeito Luciano Ducci, representando o prefeito Beto Richa, o governador Roberto Requião e o embaixador Antonio Patriota, representando o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Marina destacou a importância das duas reuniões da ONU que serão realizadas em março em Curitiba. "A convenção da biodiversidade é um dos principais resultados da Rio 92, quando foram firmados acordos internacionais fundamentais no que se refere à proteção e uso sustentável do meio ambiente", disse.
A expectativa para as reuniões em Curitiba é grande. Segundo a ministra, a COP8 vai mostrar ao mundo inteiro quais as responsabilidades que o Brasil tem assumido e debater questões de interesse de todos os países. Marina lembrou que o Meio Ambiente é um tema tão complexo que une todos os interesses. "Se os países ricos precisam de água potável, ar limpo e terra fértil, os pobres também precisam", ressaltou. É o espaço, disse, onde se unem "lobos e cordeiros".
Por isso, uma das discussões mais contundentes e importantes para os países em desenvolvimento será, na sua opinião, a questão do regime internacional de acesso aos recursos, ou seja, como os conhecimentos de vários países e comunidades devem ser divididos e como podem ser remunerados. É o caso, por exemplo, de conhecimentos tradicionais da população indígena ou ribeirinha, exemplificou.
Marina disse ainda que o Brasil vive o desafio de ser uma potência natural. "Estamos no grupo dos 17 países megadiversos e temos uma posição de liderança", afirmou, ressaltando que o país é responsável por 11% da água doce do planeta, tem mais de 20% das espécies vivas e a maior floresta tropical do mundo.