Ministra equatoriana quer melhorar comércio e tráfego aéreo com Brasil

Brasília – A ministra das Relações Exteriores do Equador, María Fernanda Espinoza, defendeu nesta segunda-feira (26) o aumento das relações comerciais entre os dois países. Mas afirmou que o país não pretende ingressar no Mercosul agora. "O Equador tem grande interesse no Mercosul, somos membro-associado e queremos aproveitar essa posição", afirmou. Mas, segundo ela, o momento é de fortalecer a Comunidade Andina.

A ministra também defendeu o aumento do tráfego aéreo entre os dois países. Atualmente, segundo ela, uma viagem do Equador ao Brasil dura 24 horas por causa das conexões. "É mais fácil ir a Genebra ou a Paris que vir ao Brasil. Acredito que isso não pode continuar", defendeu. "Isso tem um duplo propósito, que é estreitar os laços entre os dois países, e estimular o turismo Essa é uma tarefa pendente que queremos que avance o mais rápido possível?.

Os dois chanceleres também trataram das relações comerciais entre Brasil e Equador, que, de acordo com Celso Amorim, precisam ser mais equilibradas . Em 2006, o Brasil exportou US$ 873 milhões ao Equador e importou apenas US$ 30 milhões. ?Nota-se que há um desequilibro insustentável. Abordamos as maneiras que teremos que buscar para fazer face a esse desequilíbrio. Não naturalmente restringindo o comércio , mas aumentado as importações brasileiras de produtos equatorianos?,

Ele explicou que esse aumento pode acorrer ?seja através do nosso programa de substituição de importações, seja acelerando o ritmo de destravação dos produtos equatorianos que ainda enfrentam barrerias no Brasil?.

María Fernanda Espinoza disse que esse ?é um momento político muito importante para aprofundar as históricas boas relações entre os países e manter um bom diálogo político que una nossos povo?. Ela destacou, no entanto, que para haver uma verdadeira união sul-americana é preciso ir além da retórica das boas intenções. ?Queremos que se concretize em acordos fundamentais em matéria de soberania energética e uma melhor conexão física entre os países?.

A ministra também pediu que o Brasil apóie o pedido de manutenção da Lei de Preferências Tarifárias Andinas e Erradicação de Drogas (ATPDA). A ajuda é dada pelos Estados Unidos em reconhecimento ao esforço andino no combate às drogas.

A ministra equatoriana pediu que o Brasil aborde o tema durante a visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará a  Washington no final do mês. O ministro das Relações Exteriores brasileiro , Celso Amorim, disse que há possibilidade de falar sobre o caso. "O Brasil tem sempre apoiado a Bolívia e apoiará também o Equador no pleito. Embora não nos diga respeito diretamente, é importante para o progresso e estabilidade toda região sul-americana", explicou o ministro Celso Amorim em entrevista à imprensa.

María Fernanda Espinoza, que está no Brasil para preparar a vinda do presidente equatoriano Rafael Correra ao Brasil, no dia 04 de abril, explicou que a extensão da ATPDA é estratégica e fundamental para o país poder ?melhorar as condições de vida e ter uma política preventiva , para que a população não incorra em atividades ilícitas ou migre?.

Segundo ela, a ATPDA gera cerca de  350 mil empregos rurais e corresponde a aproximadamente 2% do Produto Interno Bruto (PIB) equatoriano e a  40% das exportações aos Estados Unidos.

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