A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi cercada nesta quinta-feira (31) por funcionários do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que se encontram em greve, e teve de aturar os gritos deles de "Fora MP" por todo o trajeto de cerca de cem metros que leva do gabinete da liderança do Governo na Câmara até uma das portas laterais do prédio. "Fora MP" refere-se à medida provisória que dividiu o Ibama. Marina tinha ido à Câmara defender a MP numa reunião com os líderes dos partidos governistas.

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Depois de passar pelo corredor lotado de servidores em greve, e de caminhar uns oitenta passos, Marina não resistiu às provocações. Virou-se, caminhou até os grevistas, trocou beijos com uma das manifestantes e os desafiou: "Me disponho a conversar com vocês na hora que vocês quiserem". Ouviu-se um coro: "Tem de revogar a MP". Marina respondeu: "Vocês sabem que isso é para o fortalecimento do Ibama, da gestão ambiental". Nova reação: "Ahh, não… Com MP, faca no pescoço… queremos retirar a MP". Marina encarou os manifestantes novamente e disse: "Pode marcar que eu converso com vocês. Mas (retirar a MP), isso não é possível".

Já na saída da Câmara, um dos vários seguranças que ajudaram Marina a sair do prédio da Câmara virou-se para a ministra e lhe pediu desculpas pelos tumultos. Ela respondeu: "Não tem problema fui sindicalista a minha vida toda. Eu sei o que é isso." Em seguida, entrou no veículo oficial e foi embora.

Se com Marina os servidores do Ibama em greve foram respeitosos, não o foram com o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, que também participou da reunião com os líderes do governo. Em vez de gritarem "Fora MP", os grevistas entoaram "Fora Capobianco". Da saída do gabinete do líder do governo à porta que dá acesso ao Anexo 4, pela qual antes Marina deixara o prédio da Câmara, Capobianco foi acompanhado pelos gritos dos grevistas.

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