A ministra chilena da Defesa, Viviane Blanlot, foi vaiada nesta terça-feira (12) quando chegou como a única representante do governo ao funeral militar do general Augusto Pinochet. A manifestação refletiu a divisão entre os chilenos sobre o legado do general. Partidários afirmam que ele salvou o Chile do comunismo ao derrubar o presidente socialista democraticamente eleito Salvador Allende e encabeçar um regime que matou milhares de opositores. Cerca de 60 mil pessoas passaram pelo caixão com o corpo de Pinochet na Academia Militar de Santiago ontem.

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"Vá embora, vá embora!", gritavam pessoas no velório, irritadas pelo fato de o governo da presidente Michele Bachelet – uma socialista que também foi presa e exilada no regime Pinochet – ter negado a ele um funeral estatal porque ele assumiu o poder à força e nunca foi legitimamente eleito.

Blanlot permaneceu em silêncio atrás de comandantes militares. A filha mais nova de Pinochet, Jacqueline, quebrou a tensão ao apertar a mão de Blanlot no momento da confraternização durante a missa católica. Depois da cerimônia, o corpo de Pinochet será cremado num cemitério não revelado "fora da cidade", segundo seu filho mais velho, Augusto. Parentes disseram que Pinochet escolheu ser cremado por temer que seu túmulo fosse profanado por inimigos.

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