Brasília – O procurador da República no Distrito Federal Luciano Rolim vai ingressar com uma ação por improbidade administrativa contra o deputado federal José Dirceu (PT-SP), o filho dele e prefeito de Cruzeiro d’Oeste, no Paraná, José Carlos Becker, o Zeca Dirceu, e o ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz.

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De acordo com o procurador, há indícios de crime de tráfico de influência e advocacia administrativa (patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário). Segundo ele, a estrutura e servidores da Casa Civil teriam sido usados para favorecer interesses e a campanha eleitoral de Zeca Dirceu à prefeitura, quando José Dirceu ainda era ministro.

A investigação mostra, segundo o procurador, que há indícios de empenho e liberação de R$ 1,431 milhão da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Ministério da Assistência Social (extinto), de 2003 a 2004, para projetos nos municípios onde Zeca Dirceu tinha base eleitoral. "São recursos que tinham como padrinho Zeca Dirceu", disse. As verbas eram para projetos de geração de renda e saneamento básico. O procurador afirmou que na investigação foram colhidos cerca de 40 depoimentos de servidores da Casa Civil e de ministérios, além de documentos e reportagens.

O procurador irá enviar uma cópia integral da ação à Procuradoria Geral da República para que analise se José Dirceu será denunciado criminalmente, uma vez que os deputados têm foro privilegiado. Os três apontados na ação por improbidade administrativa podem sofrer perda do mandato ou cargo, suspensão dos direitos políticos e multa civil.

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A assessoria de imprensa de José Dirceu informou que o ex-ministro irá divulgar uma nota para esclarecer o assunto. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em entrevista após seu pronunciamento na tribuna do Senado na tarde de hoje, disse estar indignado porque a denúncia do Ministério Público foi divulgada na véspera da reunião do Conselho de Ética que votou o parecer favorável à cassação do deputado. Segundo o senador, "o processo de investigação tem que ser rigoroso, ninguém deve ser poupado, mas também não pode ser perseguido", afirmou o senador.