Ministério Público decide sobre Daslu em 15 dias

O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina deverá ter em duas semanas o rumo das investigação sobre a suposta sonegação de impostos pela loja de produtos de luxo Daslu. Segundo o procurador da República Roger Fabre, o material, que foi entregue a ele pela Receita Federal, ainda está sendo analisado. "Vou sentir a complexidade dos fatos com uma investigação mais profunda", afirmou Fabre. Ele não descartou a possibilidade de recorrer à Polícia Federal para a investigação

Segundo Fabre, as informações de que a Daslu usava a Columbia Trading para fazer a importação de bolsas das marcas Chanel e Gucci chegaram por uma representação fiscal com fins penais da Receita. O órgão apreendeu uma carga de R$ 1,7 milhão em janeiro na qual há suspeita de sonegar R$ 330 mil em Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

De acordo com o MPF, a loja era ocultada como real importadora do produto. Com isso, a Columbia nacionalizava o produto e pagava 10% do valor de IPI, deixando a Daslu livre de pagar a alíquota sobre o valor de venda, estimado em R$ 5 milhões. "Pode ser feita uma denúncia (à Justiça), ser arquivado ou virar um inquérito policial para apurar as investigações", afirmou Fabre sobre o destino do caso

O diretor da Columbia Trading, Rodrigo Somlo, disse que não atuava por conta e ordem da Daslu. "Não tenho obrigação de vender para alguém. Comprava e vendia para quem quiser. Vendia a ela por ser a maior distribuidora dos produtos.

O empresário afirmou que ainda vai tentar reaver a carga. A empresa entrou com um mandado de segurança na Justiça em Santa Cataria, mas o juiz Villiam Bollmann sentenciou em primeira instância pelo perdimento – para a mercadoria ir a leilão. "Fiz tudo legal e já estou prejudicado porque a mercadoria mudou de estação, não vou ter como vender nos preços que adquiri", disse Somlo

Em sua decisão, o juiz informou que a Columbia destinava a mercadoria a uma única empresa. "Não há prova nos autos de que a impetrante (a Columbia) comercializasse tais mercadorias para outras empresas, o que, se provado estivesse, poderia sugerir que a Daslu era uma dentre outras compradoras.

Bollmann tratou a empresa como uma "intermediária de fachada". "É muito desagradável falar que sou uma empresa de fachada, não posso ser com 64 anos de atividades", rebateu Somlo

Os donos da loja de luxo e de importadoras já respondem a um processo na Justiça por formação de quadrilha, descaminho e falsidade ideológica. Por ser ré primária, Eliana Tranchesi, a dona da Daslu, conseguiu a liberdade enquanto o processo continua.

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