O presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá aguardar a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, no dia 15 de fevereiro, para fazer mudanças definitivas na equipe de governo. Essa hipótese foi admitida nesta sexta-feira (17) por Lula em reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney, no Palácio do Planalto. Antes de fazer a partilha dos cargos, Lula exige o compromisso dos partidos com o governo de coalizão, que pretende formalizar com base em um documento oficial – uma espécie de agenda nacional.
No encontro com os dois senadores, Lula reafirmou o desejo de contar com a oposição no governo de coalizão. Não para participar do governo, mas para ajudar no esforço de aprovar medidas consideradas necessárias. Ele disse que vai procurar os opositores e citou nominalmente o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
Governadores
O presidente Lula citou declaração do prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (PFL), de que não se deve recriar a chamada "República dos governadores", uma vez que eles fazem parte dos partidos. Lula, porém, negou a Renan e Sarney que tivesse atuado pessoalmente para esvaziar a reunião desta sexta-feira (17) entre governadores do PMDB, em Florianópolis. Apesar de defenderem o adiamento do encontro, alguns governadores ausentes criticaram a operação desencadeada por Renan, considerada um erro político, porque aprofunda a divisão interna e não rende dividendos do partido ao Planalto.