Em 2006, 1,4 milhão de postos de trabalho com carteira assinada devem ser abertos no Brasil. A estimativa é do Observatório de Mercado de Trabalho e Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego. Coordenadora do observatório, Paula Montagner afirma que o número pode representar um aumento significativo em relação ao ano passado, quando foram gerados 1,25 milhão de empregos com carteira assinada no país.
Em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, Montagner fez uma análise sobre os três segmentos que se destacaram na criação de empregos nos últimos três anos. Segundo ela, nesse período, o setor industrial gerou 860 mil postos de trabalho, parte deles na indústria de alimentos processando a matéria prima que saiu do campo, tanto para exportação como para consumo interno.
Outro segmento de destaque é o setor de vestuário e têxtil, que tem a característica predominante de atender ao mercado interno, mas vem registrando um interesse cada vez maior sobre a moda brasileira no exterior. O terceiro setor analisado pela coordenadora do ministério é o de serviços e, dentro dele, o destaque é para o comércio.
"De longe o segmento que mais emprega é o comércio varejista, porque quando aumenta o número de emprego e a renda, as pessoas precisam comprar e o comércio varejista é um tipo de serviço distribuído em todo o país", disse Paula Montagner.
De acordo com ela, a maioria dos trabalhadores continua sendo de empregados (54%), os demais trabalham por conta própria, em pequenos empreendimentos agrícolas, como empregado doméstico ou junto a parentes em pequenos negócios, às vezes, até sem rendimentos. "Temos uma condição diferente de outros países e muito espaço para crescer", avaliou.
Na análise de Montagner, outro fator que chama atenção é que, hoje, concorrer no mercado externo significa cada vez mais ter qualidade e competitividade sem utilizar meios considerados predadores da condição humana. "Ninguém quer comprar produtos que foram fabricados com base em trabalho escravo. Isto é um incentivo para que os empregadores formalizem os seus empregados."
As informações sobre a geração de empregos constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), criado em 1992, para receber as informações sobre demissões e admissões pelas empresas e poder analisar entre outros itens, quantos meses o trabalhador esteve empregado para ver se ele é habilitado para o seguro desemprego.
Os dados têm que ser repassadas até o sétimo dia útil do mês seguinte. Eles incluem informações sobre o setor de atividade onde esta localizada a empresa, quantas pessoas foram admitidas e quantas demitidas e quais são os salários.