O Ministério de Minas e Energia divulgou nesta quinta-feira nota à imprensa em que assegura o suprimento de gás natural para as distribuidoras do produto nos Estados, responsáveis pelo abastecimento de indústrias, residências e carros movidos a gás natural veicular (GNV). Pela manhã, o ministro Silas Rondeau se reuniu com representantes da cadeia produtiva de gás natural, da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para avaliar as condições de atendimento do mercado brasileiro.
O fornecimento de gás vindo da Bolívia foi reduzido na semana passada por causa do rompimento de um duto na província boliviana do Gran Chaco. Segundo a nota, já foram adotadas várias medidas para resolver o problema, entre elas a construção de um ramal emergencial para retomar o escoamento do gás. "Com essas medidas, fica assegurado o envio diário de 21 milhões de metros cúbicos de gás natural para o Brasil, o que garante a totalidade do atendimento às companhias distribuidoras e flexibiliza o suprimento das refinarias e termelétricas", diz a nota.
O ramal, que é uma espécie de desvio no duto, ainda não foi concluído. O fluxo normal de gás da Bolívia para o Brasil é de 26 milhões de metros cúbicos por dia e somente o duto que se rompeu tem capacidade para transportar 11 milhões de metros cúbicos. Na segunda-feira, Rondeau disse em entrevista coletiva que o escoamento estava oscilando entre 18 milhões e 21 milhões de metros cúbicos.
Na reunião, a Petrobras fez um balanço da situação e ficou mantido o racionamento para usinas termoelétricas a gás e refinarias da Petrobras, mas em porcentuais menores que os divulgados na sexta-feira, que era de 72% para as usinas e de 51% para as refinarias. O ministério não informou, no entanto, para quanto passou a redução para esses dois segmentos.
O ministério disse que, se houver imprevistos que tornem necessária uma nova redução no fornecimento, as distribuidoras serão informadas com a "antecedência necessárias" pela Petrobras "Avaliando o cenário apresentado, ficou evidenciado que, a despeito da estabilidade nas condições de suprimento, a situação de alerta persiste e o ministério continua mantendo permanente acompanhamento dos fatos", informou.
Ficou decidido, na reunião, que será criado um grupo de trabalho para elaborar um plano padrão de contingência permanente a ser adotado em situações que coloquem em risco a oferta de gás natural no Brasil. Farão parte do grupo, segundo a nota, representantes de todos os segmentos da cadeia produtiva do gás natural.
Também participaram da reunião representantes da Transpetro, de agências reguladores estaduais, do Fórum de Secretários de Estado para Assuntos de Energia, da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegas), da Associação Brasileira de Agências de Regulação (Abar) e do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás.
