O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) está empenhado no combate à gripe aviária, prestando informações a seus técnicos sobre os perigos da doença. Programas de televisão e videoconferências fazem parte da estratégia para alertar sobre os riscos do vírus H5N1, causador da gripe aviária. Além disso, no início do mês de março, o MDA também começa a distribuir folheto com perguntas e respostas sobre a doença. Intitulado ?Gripe aviária: o que saber e o que fazer?, o folheto destina-se aos extensionistas de assistência técnica do MDA e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que orientam cerca de 1,8 milhão de famílias de agricultores familiares e de assentados em todo o País.
?Quando esses técnicos e o conjunto dessa liderança de agricultores familiares que está sendo mobilizada por nós estiverem informados, nós teremos um conjunto de atores expressivo na informação sobre o que é a gripe aviária, de forma que a população não entre em pânico, mas que também não tenha a questão da gripe como alguma coisa banal, que a trate com a seriedade que deve ser tratada?, ressalta o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do MDA, Argileu Martins da Silva.
O folheto explica que a gripe aviária é causada pelo vírus H5N1 e que pode provocar enfermidade grave também em humanos. Atualmente, o vírus da gripe aviária circula em países da Ásia e da Europa Oriental, onde causou a morte de milhares de aves e mais de cem pessoas. Existe a possibilidade do vírus se expandir para todo o mundo, de acordo com alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Por esta razão, o governo brasileiro elaborou um Plano de Contigência para prevenir e combater a doença. Todas as instituições federais têm ações específicas dentro desse plano para executar.
Argileu Silva explica que, além da distribuição de folderes, o ministério realiza outras atividades para que todos os agricultores familiares e assentados fiquem bem informados sobre a gripe aviária. ?A estratégia do MDA é levar informação para aqueles agricultores através da sua rede de técnicos. E, para isso, o MDA está utilizando algumas estratégias de comunicação de massa como Dia de Campo, video conferência, folderes, informação através de correio eletrônico de forma que os técnicos tenham a informação correta do que é a gripe aviária e o que fazer em caso de suspeita da gripe aviária?, destaca.
Outra importante iniciativa do MDA é a realização de uma videoconferência sobre gripe aviária no dia 9 de março, das 9h às 11h, em parceria com a Embrapa. Será transmitida para todo o Brasil, através de antena parabólica. Quem tiver dúvidas ou desejar obter mais informações sobre gripe aviária pode ligar para o telefone 0800.78.7000. A ligação é gratuita. (da redação)
Setor pede plano de regionalização
A excessiva demora do governo em aprovar e implementar um plano para a regionalização sanitária da avicultura brasileira causa grande preocupação em todo o setor avícola do País. ?O avanço da Influenza Aviária em países da Ásia e da Europa demonstra que o Brasil precisa adotar o quanto antes um conjunto de medidas rigorosas destinadas a prevenir o ingresso dessa doença no território brasileiro ou, na hipótese de ela ocorrer, de criar as condições para circunscrever e erradicar rapidamente eventuais focos?, disse o presidente da União Brasileira de Avicultura, Zoé Silveira d?Avila, após se encontrar com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan.
Para Zoé d?Avila, o Brasil, que é o maior exportador mundial de carne de frango, corre o risco real de ver interrompidas as suas exportações do produto. ?Sem a regionalização sanitária, e no caso de haver entre nós ocorrências de Influenza Aviária, o setor avícola caminhará para um desastre de enormes proporções, uma vez que muitos países suspenderão suas compras dos nossos produtos avícolas, abrindo a possibilidade de retração do mercado interno e com reflexos, inclusive, no consumo de carne suína e bovina.?
O presidente da UBA lembrou que há dois anos o setor avícola brasileiro vem tentando sensibilizar o governo federal para a necessidade de dividir o Brasil em regiões sanitárias independentes, proibindo-se o trânsito de aves vivas para abate e descarte entre elas e tornando ainda mais rigorosas as precauções de caráter sanitário, inclusive nos portos e aeroportos. Tais medidas são necessárias para reduzir o mais possível as possibilidades de contaminação dos plantéis de aves. Se, mesmo assim, ocorressem casos de Influenza Aviária em determinado ponto do território brasileiro, as demais regiões poderiam continuar produzindo e exportando normalmente, já que estariam sanitariamente isoladas umas das outras.
Além de avistar-se com o ministro Luiz Furlan, o presidente da UBA esteve com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Nos três encontros, tratou da questão da gripe aviária e da ameaça de greve dos fiscais agropecuários das áreas de inspeção e defesa sanitária federal. Ouviu dos ministros que o governo tem a disposição de atender às reivindicações dos fiscais, tendo o assunto sido encaminhado à ministra Dilma Roussef, da Casa Civil. ?Uma eventual greve dos fiscais também afetaria fortemente as exportações e criaria problemas de logística, uma vez que a indústria de processamento tem um limite para a sua capacidade de estocar a produção?, alertou o presidente da UBA.
