O Ministério da Saúde decidiu suspender temporariamente as discussões sobre as normas para internação em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). O governo teme que a polêmica gerada em torno do assunto nos últimos dias gere insegurança na população. O ministro Humberto Costa afirma que o debate só será retomado quando estiver claro que "não há qualquer risco e qualquer possibilidade de ficar sem os serviços". Humberto Costa acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem por cinco países africanos.
O ministério discute a criação de uma norma técnica para orientar médicos e serviços de saúde sobre os cuidados com pacientes críticos. A nova política prevê a criação de unidades controladoras de leitos de UTI, que vão encaminhar pacientes aos hospitais onde há vagas de terapia intensiva. Também devem ser elaboradas normas para o cuidado do paciente grave fora da UTI, como nas unidades de emergência, nas UTIs semi-intensivas, nas enfermarias e nos casos em que o doente preferir ficar em casa.
"Queremos sentar com as sociedades de especialistas, com todos os setores envolvidos para que esta discussão se faça sem gerar nenhum tipo de polêmica ou mal entendido", afirmou o ministro. Humberto Costa disse que a política de ampliação de leitos de UTIs tem sido prioridade do ministério e destacou a criação de 2.557 novos leitos nos últimos dois anos. "A intenção do governo não é estabelecer qualquer restrição ao acesso aos leitos de UTIs, é ampliar".