Brasília – A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um alerta no qual afirma que a gripe aviária voltará a se propagar em 2007. No Brasil, o governo federal criou há dois anos um grupo de trabalho para estudar medidas preventivas.
A maior parte delas está a cargo do Ministério da Saúde, que este ano espera dos governos estaduais e municipais uma mobilização maior contra a doença. De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica do órgão, Expedito Luna, o maior desafio é melhorar a assistência de saúde para casos de emergência.
?É uma medida complicada, porque depende dos estados e dos municípios. Além disso, seria um fator novo em uma rede sobrecarregada de problemas?, reconhece Luna.
"Uma série de iniciativas já estão em andamento. Agora, o mais importante é fazer com que essas iniciativas desencadeadas pelo nível federal aconteçam também nos estados e municípios. Se houver o problema, o nível de governo que vai lidar diretamento é o município e o estado."
Desde o surgimento da gripe aviária, no final de 2003 ,na Ásia, 158 pessoas morreram da doença em todo o mundo. No Brasil, nenhum caso foi registrado até o momento.
O vírus da gripe aviária costuma ser transmitido a humanos que tenham contato direto com as aves. O temor dos cientistas é o de que ele passe a ser transmitido entre humanos.
Para evitar a chegada da doença ao Brasil, o governo federal instalou centros de observação, especialmente no litoral, para monitorar as aves migratórias, principais disseminadoras da gripe aviária. Outra medida tomada foi a criação de uma rede com 59 unidades sentinelas (em funcionamento) capazes de detectar problemas nas populações de cada estado.
O Ministério da Saúde ainda comprou um estoque de 9 milhões de doses do medicamento antiviral Fosfato de Oseltamivir, único capaz de tratar a doença se aplicado no início da contaminação. Este ano, está prevista a fabricação de vacinas contra o vírus da gripe aviária. Em São Paulo, o Instituto Butantan já possui equipamento e espaço destinado à atividade.
Os cientistas aguardam agora o envio da nova cepa (tipo) do vírus, a ser feito pela Organização Mundial da Saúde, e a autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para manipulá-lo geneticamente.