O Ministério da Saúde vai comprar cerca de um bilhão de preservativos para distribuição gratuita em 2006. Em aproximadamente duas semanas, será lançada uma licitação internacional para a compra do produto, segundo informou Pedro Chequer, diretor do Programa Nacional DST/Aids, do ministério.

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De acordo com Chequer, a precocidade da compra tem o objetivo de evitar problemas já que a produção mundial não é suficiente. "Se a população mundial resolver hoje utilizar preservativos, o insumo inexiste". Ele participou do lançamento da Campanha de Combate à Aids para o Carnaval 2005, no Ministério da Saúde.

Chequer ressaltou que o governo brasileiro também tem focado suas atenções na produção nacional. Com a conclusão da obra de uma fábrica no estado do Acre, este ano, a produção nacional de preservativos alcançará cem milhões.

"Além disso, temos buscado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiar a indústria nacional privada. Temos discutido o financiamento da expansão das três indústrias existentes no país. Por enquanto, elas ainda não têm condições de atender o Ministério da Saúde em sua demanda", afirmou.

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A meta do governo é distribuir em 2008 três bilhões de preservativos. Para este ano, a meta é de 1,2 bilhão. "Com iss estaríamos em uma situação bastante favorável", ressaltou Chequer.

Ele lembrou que a possibilidade de que as pessoas tenham parceiros eventuais durante o período do carnaval é bem maior do que em outras épocas. Por isso, a campanha ?Vista-se, use sempre camisinha? vai distribuir 11 milhões de preservativos durante os dias da festa. Mas a campanha não vai acabar no carnaval: a distribuição de camisinhas e a campanha continuarão ao longo dos meses.

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Chequer lembrou que o ministério tem buscado estimular o uso do preservativo promovendo ações junto com organizações não-governamentais, governos estaduais e municipais. "Pesquisas mostram que quase 100% da população brasileira sexualmente ativa consideram o preservativo um instrumento fundamental na prevenção de doenças. Isso é muito bom, mas não é suficiente. O preservativo, apesar de ser usado em dois terços das relações, ainda não é usado 100% das vezes. O fundamental é que isso aconteça em todas as ocasiões e esta é a meta do ministério", disse.

O estímulo à prevenção não é só tarefa do governo, de acordo com o ministro interino da Saúde, Antônio Alves. Para ele, isso tem que ser assumido por toda a sociedade brasileira. "Com a campanha, o governo está despertando a consciência da população para que passe a adotar o preservativo como uma forma de prevenção", disse.

Segundo Alves, o ministério está investindo R$ 5 milhões na campanha. Ele fez questão de destacar que os 36 artistas que participaram do filme para a TV não cobraram cachê. Depois do Carnaval, o slogan da campanha vai virar um carimbo, a ser usado em ações de promoção do uso do preservativo pelo Ministério da Saúde. A veiculação do material nas emissoras de TV e rádio começa neste domingo.