Brasília – O Ministério da Saúde deve iniciar em setembro um estudo sobre o custo e a efetividade da vacina contra o vírus HPV, que no Brasil está relacionado a 90% dos casos de câncer de colo de útero e que matam cerca de 4 mil mulheres todos os anos, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo o secretário substituto de Vigilância em Saúde do ministério, Fabiano Pimenta, o objetivo é avaliar a possibilidade de incluir a vacina no calendário nacional de vacinação. A análise deve ficar pronta até o final do ano.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ontem (28) a comercialização da vacina. Estudos clínicos mostraram uma eficácia de 100% contra quatro tipos de HPV (6,11,16 e 18). Atualmente o preço é um dos fatores limitantes para incluir a vacina na lista de produtos oferecidos pela rede pública de saúde, de acordo com o secretário. Nos Estados Unidos, cada dose custa em média US$ 120 (cerca de R$ 257,80) no mercado privado, ele informou. São necessárias três doses para a imunização.

Além disso, destacou Pimenta, a vacina garante imunidade para um período de cinco anos. "Os recursos orçamentários do Brasil são limitados, como em todos os países, então é preciso que sejam otimizados em função daquelas ações que têm maior impacto de saúde pública", acrescentou.

"Esse estudo custo-efetividade que vai ser feito vai comparar esse poder da vacina de evitar a ocorrência de casos de câncer de colo de útero com outras técnicas já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), indicando a melhor decisão a ser tomada", explicou o secretário.

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Pimenta disse que é preciso levar em conta os custos e os benefícios em termos de saúde pública. Ele citou a vacina contra o rotavírus, cuja dose custa US$ 7, e que foi foi incluída no caledário de vacinação em março. "A introdução dessa vacina vai repercutir em pelo menos mil óbitos a menos em crianças de até cinco anos de idade e em menos 70 mil internações por ano".

O secretário lembrou que, no caso de câncer de colo do útero, há exames preventivos, como o papanicolau, que podem ser realizados no Sistema Único de Saúde (SUS). "É um exame de baixo custo, de fácil acesso à população, e que também tem condições de prevenir a ocorrência de câncer de colo de útero, desde que, a partir do diagnóstico colocado no papanicolau, as outras medidas sejam tomadas".

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No Brasil, a vacina será vendida pelo laboratório Merck Sharp & Dohme. De acordo com Fabiano Pimenta, representantes do laboratório se reuniram ontem com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa. "Mas ainda não há nenhuma proposta, nenhuma sinalização em termos de custo", disse.

Segundo a assessoria de imprensa do laboratório, o preço deverá ser divulgado nas próximas semanas e, até o final do ano, o produto deve estar disponível no mercado brasileiro.