Brasília – O pedido de extradição do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner estava sendo analisado pelo Ministério da Justiça antes do falecimento do ex-ditador em um hospital ontem (16), em Brasília. Ele vivia na cidade desde 1989, quando recebeu asilo político do governo brasileiro.
A extradição foi pedida pelo governo paraguaio há cerca de três anos, de acordo com a diretora do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, Izaura Miranda. ?O processo não foi arquivado, o pedido não foi indeferido pelo governo brasileiro, o processo estava sendo analisado?, afirma.
Após o falecimento do ex-ditador, a organização não-governamental Comissão de Justiça e Paz do Paraguai (Serpaj) criticou o governo brasileiro, afirmando que ao conceder o asilo político impediu que Stroessner fosse submetido à justiça paraguaia. A Serpaj estima que durante o governo do ex-ditador, que durou de 1954 a 1989, cerca de 350 pessoas desapareceram e mais de três mil morreram.
Izaura Miranda afirmou que o governo brasileiro seguiu os procedimento legais para conceder o asilo político e questionou a demora do governo paraguaio em pedir a extradição do ex-ditador. ?O asilo foi concedido em 1989, então o Paraguai já teria documentos para pedir a extradição dele. Por que não houve interesse? Por que só agora eles estariam interessados nessa extradição??.
