Ministério da Agricultura cria comissão para analisar subsídio argentino ao trigo

Brasília – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento criou uma comissão de trabalho para buscar soluções contra o subsídio do governo argentino ao trigo, medida que estaria prejudicando os produtores de trigo e fabricantes de farinha brasileiros. O grupo foi criado ontem (24), e confirmado nesta quinta-feira (25) pelo secretário de Política Agrícola do ministério, Edílson Guimarães.

O secretário é um dos integrantes da comissão, que conta também com representantes da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), produtores e técnicos do ministério. O grupo de trabalho, segundo Guimarães, está estudando uma saída que evite prejuízos ao mercado brasileiro. Não há prazo para que se consiga uma solução contra a medida Argentina. 

De acordo com a Abitrigo, o governo argentino teria congelado o preço interno da tonelagem de trigo em US$ 120, enquanto no Brasil o valor é de US$ 223,00. Além disso, ainda segundo a Abitrigo, o imposto de exportação na Argentina é de 10% – que contraria regras do Mercosul – e no Brasil de 20%.

Ontem (24), o presidente da Abitrigo, Francisco Samuel Hosken, juntamente com empresários do setor, esteve com o ministro da Agricultura, Luiz Carlos Guedes Pinto, quando pediu providências contra a política econômica com relação ao trigo do país vizinho. Hosken prevê uma quebradeira na cadeia produtiva nacional, caso o governo brasileiro não reaja.

?Essa comissão vai buscar medidas cabíveis no curto prazo contra aquilo que consideramos uma afronta ao Brasil. Queremos medidas compensatórias do governo federal contra os subsídios dados pelo governo argentino aos produtores locais. O subsídio chega a 30% em relação à farinha e a 36% na mistura de trigo?, disse o presidente da Abitrigo.

Hosken também esteve no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, quando a associação protocolou o pedido de medidas compensatórias para a indústria nacional.

Na próxima semana, a Abitrigo irá se reunir com produtores do Paraná e do Rio Grande do Sul para articular uma mobilização nacional ?em prol da sobrevivência do mercado brasileiro?.

A Embaixada da Argentina, em Brasília, foi procurada para falar sobre o subsídio ao trigo. Em resposta, informou que ainda não há uma posição oficial do governo argentino sobre o assunto.

No ano passado, o Brasil importou 6,6 milhões de toneladas de trigo argentino, no valor de US$ 800 milhões. A produção nacional representa hoje apenas 50% do consumo interno.

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