Minerais não-metálicos geram receita de R$ 2,2 bilhões

Os minerais não-metálicos – como cimento, cal e calcário – são os mais produzidos no Paraná, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (18) pela Mineropar, empresa do governo do Estado responsável pelo desenvolvimento das atividades de mineração no Paraná. A produção média anual das 627 empresas mineradoras de não-metálicos no Estado foi de 20,5 milhões de toneladas.

Juntas, essas empresas têm um faturamento médio anual de R$ 185 milhões e abasteceram 2.630 indústrias de transformação que, por sua vez, produziram R$ 2,2 bilhões, ou seja, 8,73% do valor adicionado da indústria paranaense. Os dados estão na conclusão do programa Panorama e Análise da Produção Mineral da Mineropar, recém-realizado e referente ao período de 1195 a 2001.

Construção

Cerca de 90% das empresas mineradoras do Paraná oferecem seus produtos para a construção civil e agricultura. O Estado produz hoje 26 substâncias minerais, com destaque ao calcário (para a produção de cimento), areia e brita (utilizados como agregados), dolomito (destinado à elaboração do corretivo agrícola), cal, argila (para a indústria cerâmica) e cimento, além de água mineral e fluorita.

Na produção de cimento, por exemplo, o Paraná é o terceiro maior produtor e responsável por 11,6% da produção nacional. Os municípios que mais contribuem para a composição do valor da produção mineral paranaense são Campo Largo (20,1%), Rio Branco do Sul (16,3%) e São Mateus do Sul (12,4%). No total, dos 399 municípios existentes no Estado, 33 respondem por 92% do valor da produção mineral do Paraná.

De acordo com o geólogo Marcos Vitor Fabro Dias, responsável pelo projeto de Economia Mineral da Mineropar, o Paraná é auto-suficiente na produção de bens minerais não-metálicos, posição que favorece os setores de construção civil e agricultura. Além disso, também exporta para outros Estados.

Dos 4 milhões de toneladas produzidos pela indústria cimenteira, 2 milhões de toneladas são exportados. Já dos 3 milhões de toneladas de corretivo agrícola produzido no Paraná, cerca de um terço é destinado aos Estados vizinhos de São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Petroquímico

Diferente dos minerais não-metálicos, outros segmentos industriais como o petroquímico – petróleo, gás e óleo de xisto – correspondem a um menor volume de produção, 500 mil toneladas ao ano entre 1995 e 2001, mas em compensação geram maior faturamento – R$ 195 milhões ao ano -, com arrecadação média de R$ 3,9 milhões/ano em royalties.

Na indústria de transformação, esses bens minerais energéticos, contribuíram com 1,3 bilhão, somente em ICMS, referentes ao processamento de petróleo na Refinaria da Petrobrás, em Araucária e na industrialização do xisto (folhelho pirobetuminoso), em São Mateus do Sul.

Segundo Marcos Fabro, vale destacar também a produção de água subterrânea para o abastecimento público e que não foi incluído no estudo da empresa. Somente a Sanepar extrai cerca de 100 milhões de toneladas/ano de água subterrânea. "Em termos de quantidade minerada, podemos dizer que a Sanepar é a maior mineradora paranaense", afirma Fabro. 

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