Nascida em 2003 para garantir um padrão de assistência técnica e elevar a produção de milho nos 13 municípios integrantes da região de Apucarana, a Milhotec 2006, realizada na tarde do dia 24 de fevereiro, no distrito apucaranense de Correia de Freitas, ?deu show de tecnologia e mostrou em curto espaço de tempo seus resultados positivos?, afirma o zootecnista Carlos Eduardo Vercesi, gerente regional da Emater. O Departamento de Economia Rural do Núcleo da Seab confirma a evolução de área de 26,1 mil hectares, na safra passada, para 32 mil hectares, cultivados por 1,1 mil produtores, com uma produção esperada de 222 mil toneladas.
?Mesmo com quebra média de 6% devido à estiagem e com 15% já colhida, vale destacar que a região evoluiu em tecnologia na produção do milho, porque mantém uma média de produtividade superior a 7 mil quilos por hectare nesta safra?, atesta o economista Paulo Sérgio Franzini, do Deral/Seab de Apucarana. Cita ainda que tem produtores, dentre eles os da comunidade Caixa de São Pedro, em Apucarana, colhendo 11,2 mil quilos por hectare devido o plantio mais cedo, feito em fins de setembro e início de outubro.
O produtor rural Nicola Vioto Maronezzi, proprietário da área onde se realiza a Milhotec, avalia a importância do evento pelo que observa ali durante o monitoramento técnico das visitas. ?Na observação da edição passada, tomei a decisão de plantar 24 hectares nesta safra de um dos híbridos de milho que melhor se desenvolveu e no sorgo, estou comparando a minha lavoura de um hectare com as duas variedades aqui demonstradas e vejo que errei na escolha?, observa Nicola.
Privilegiada pelo clima ameno e solo de basalto, em altitude de 780 metros acima do nível do mar, a área da Milhotec recebeu ainda 920 quilos por hectare de adubação de base na formulação 8.28.16 e micronutrientes, uniformizando os procedimentos das empresas para o plantio do milho, de acordo a densidade e espaçamento de cada híbrido.
?Na condução técnica, fizemos o monitoramento das pragas, controles das hervas daninhas e adubação de cobertura padrão?, assegura Maronezi, que lembra do pós-evento, onde cada unidade expositiva será colhida e analisada a sua produção e produtividade, em relatório final encaminhado às empresas participantes e divulgado na imprensa.
O monitoramento das pragas da cultura do milho foi apresentado pelo engenheiro agrônomo e entomologista Lauro Morales, do Projeto Grãos da Emater, que destacou procedimentos importantes para evitar o uso desnecessário de agrotóxicos contra a lagarta elasmo, o besouro patriota, o percevejo barriga verde e a lagarta do cartucho. ?Qualquer controle químico deve ter orientação agronômica, para evitar o aumento dos custos de produção, o risco de contaminação do aplicador e as conseqüências sérias de poluição ambiental?, alerta Morales, ?para evitar, principalmente, a seleção de populações de pragas resistentes aos inseticidas?.
Em realização simultânea à tarde de campo do milho e sorgo, a Milhotec promovia, no barracão comunitário da igreja, na sede do distrito Correia de Freitas, durante o dia inteiro, o curso de produção de cremes, bolos, tortas, salgados e demais pratos da gastronomia à base de milho para 45 mulheres da comunidade local.
Para a economista doméstica Jandira Valmórbida, da Emater, a iniciativa apoiada pelas indústrias Caramuru e Kowalski visa a melhoria da qualidade alimentar da população rural, desenvolver habilidade para aumentar as oportunidades de emprego e renda familiar pela oferta dos produtos com sabor rural aos consumidores urbanos, além ?do curso estar contribuindo no resgate da auto-estima da cultura rural, produtora de seus alimentos típicos?.
Parte dos produtos produzidos no curso completou a mesa de degustação da confraternização de encerramento da 3.ª Milhotec, juntamente com nove pratos expostos em julgamento final do Concurso de Bolos de Milho. Neste certame, promovido em sua segunda edição pelo Sicredi e que mobilizou 52 participantes de seis municipios, sagrou-se campeã a apucaranense Dalva Mineo.
