Prometendo vingança, milhares de iraquianos visitaram neste domingo (31) o local onde o ex-ditador Saddam Hussein foi enterrado. O corpo foi sepultado de madrugada no vilarejo de Awja, perto de Tikrit, horas depois de sua execução em Bagdá. Os peregrinos se ajoelharam e rezaram ao lado de sua tumba, sobre a qual foi colocada uma bandeira do Iraque. Um retrato de Saddam foi colocado sobre uma cadeira próxima.

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A polícia bloqueou a entrada da cidade sunita de Tikrit e disse que ninguém poderia entrar ou sair por quatro dias. Apesar da medida de segurança, homens armados tomaram as ruas da cidade natal de Saddam, carregando fotos do ex-ditador, disparando para o ar e pedindo vingança. Desafiando o toque de recolher, centenas de seguidores de Saddam também tomaram as ruas de Samarra, norte de Bagdá, e de Ramadi, oeste da capital, reduto da insurgência sunita.

"Os americanos queriam enterrá-lo o mais breve possível", disse Mussa Farak, um parente de Saddam. "Centenas de membros do clã de Saddam, os Albu-Nassir, estavam presentes, entre eles o xeque Ali al-Nidaa. O governador da Província de Salahuddin, Hamed al-Chakti, também foi ao enterro", acrescentou.

Dezenas de parentes, alguns chorando e gemendo, assistiram ao sepultamento, que ocorreu aproximadamente às 3 horas locais (22 horas de sábado em Brasília), em um edifício construído em Awja durante seu governo e normalmente usado para cerimônias fúnebres. Saddam foi enterrado a cerca de 3 quilômetros do cemitério onde estão sepultados seus filhos Udai e Qusai, mortos durante um combate com soldados americanos em Mossul, em julho de 2003.

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Em seu testamento, entregue a parentes, Saddam pedia para ser enterrado em Awja ou em Ramadi. A família tinha divulgado inicialmente um comunicado dizendo que ele seria enterrado em Ramadi por questões de segurança, mas o corpo acabou sendo sepultado em seu vilarejo natal, após negociações entre as autoridades iraquianas e americanas e membros da clã de Saddam.

"Recebemos o corpo de Saddam Hussein sem nenhuma complicação", disse o chefe do clã do ex-ditador, xeque Ali al-Nidaa. Segundo ele, o corpo havia sido preparado de acordo com os rituais islâmicos e não apresentava sinais de maus-tratos.

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