A população de 1.496 municípios, ou seja, quase um terço do total do País, diminuiu ao longo da última década. No mesmo período, a maioria (40%), formada por um conjunto de 2.193 cidades, apresentou um crescimento demográfico abaixo da média nacional (1,6% ao ano), enquanto uma parcela menor, de 654, atingiu taxas acima de 3%. Os dados fazem parte da pesquisa Tendências Demográficas, divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que reúne indicadores demográficos e socioeconômicos. Estudo igual só será apresentado após 2010.

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A pesquisa foi feita com base no Censo 2000. Apenas quatro Estados, todos do Norte, cresceram mais de 3% ao ano: Acre, Amazonas, Roraima e Amapá. Esta concentração, segundo o IBGE, é reflexo dos fluxos migratórios intensos, que resultaram na expansão e ocupação das fronteiras agrícolas. A pesquisa revela que a perda de habitantes registrada em 27,2% do total de municípios, onde vivem 8,6% dos brasileiros, tem relação direta o processo de emancipação registrada entre 1991 e 2000.

Entre os pólos onde a população encolheu figuram, por exemplo, o extremo norte do Rio Grande do Sul, as partes central e norte do Paraná, próximo ao limite com São Paulo, as regiões centrais da Paraíba e do Piauí e o corredor de municípios que vai de Minas até a Bahia, entre as BRs 101 e 116. Deste universo os mais populosos são Nilópolis (RJ), São Caetano do Sul (SP), Teófilo Otoni (MG) e Ihéus (BA).

Entre os municípios nos quais o crescimento demográfico variou entre zero e 1,5%, revelando perdas de população por emigração, estão São Paulo e mais cinco capitais já saturadas em número de habitantes e com baixos níveis de fecundidade: Rio, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Vitória. No estrato seguinte, de aumento demográfico entre 1,5% e 3%, estão 1.164 municípios – 15 deles capitais brasileiras, como Fortaleza, Brasília e Curitiba.

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No universo dos que ultrapassam os 3% de crescimento demográfico vivem 25,6 milhões de pessoas (15,1% dos brasileiros), e metade está concentrada nas cidades com mais de 100 mil habitantes, entre elas seis capitais: Manaus, Macapá, Florianópolis, Rio Branco, Boa Vista e Palmas. Outras áreas de aglomeração estão situadas na região litorânea e nordeste de Santa Catarina, nas áreas metropolitanas do Paraná e São Paulo, no litoral do Rio, no leste do Pará e do Amapá e no entorno de Brasília. O fenômeno ocorreu de forma mais acentuada no norte do Mato Grosso.