O governo de Minas Gerais anunciou ontem a primeira morte neste ano no Estado por febre hemorrágica da dengue. Os exames deram resultado positivo para o caso de uma mulher de 36 anos que morava em Uberaba, uma das principais cidades da região do Triângulo Mineiro. Ela morreu na quinta-feira passada, no Hospital Escola da cidade.
Com a confirmação, a Secretaria Municipal da Saúde de Uberaba aplicou inseticida num raio de um quilômetro da casa da mulher que morreu e do local onde ela trabalhava.
Até o momento, foram notificados 1.073 casos de dengue clássica em Minas. O número é bem menor que o registrado em janeiro do ano passado, 40.991. Naquele ano, 15 pessoas contraíram dengue hemorrágica no Estado, das quais três morreram.
Os sintomas da dengue são febre alta, fraqueza, prostração, dores pelo corpo, dor de cabeça (principalmente atrás dos olhos) e manchas avermelhadas pela pele.
O Brasil tem em circulação os sorotipos 1, 2 e 3 da dengue. Quem se infecta uma vez não contrai mais o mesmo sorotipo, mas pode ser infectado pelos outros dois. Quando há uma segunda infecção, os sintomas costumam ser muito mais fortes e podem incluir hemorragias – é a dengue hemorrágica, que pode levar à morte. O tipo 3, que chegou ao País no final de 2000, é o mais forte de todos.
No Brasil, somente Santa Catarina e o Rio Grande do Sul estão livres da dengue. Os poucos casos que se registram nesses Estados são ?importados?. As pessoas ficaram doentes em outras regiões do País. O Ministério da Saúde ainda não tem dados atualizados de todo o País.
Atualmente, o Estado onde a situação é mais crítica é Mato Grosso do Sul. Até a semana passada, mais de 17 mil pessoas haviam contraído a doença no Estado – 14 mil delas na capital, Campo Grande. Duas pessoas morreram. Entre janeiro e novembro do ano passado, Mato Grosso do Sul teve 15 mil casos.
Na cidade de São Paulo, já foram registrados dois casos de dengue clássica neste ano. Os doentes moram na Vila Mariana e no Jabaquara.
Ainda não existe vacina contra a dengue. Por isso, a melhor forma de combater a doença é a prevenção: eliminando o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, e suas larvas. Isso se faz evitando o acúmulo de água parada, onde o inseto se reproduz. O período mais crítico vai de janeiro a maio, quando faz calor e há mais chuvas.